Alguns,
por condescendência, concordam em pôr de lado a suspeita de embuste. Pretendem
então que os que não iludem são iludidos. Quando os incrédulos se
abstêm de usar de circunlóquios,
declaram, pura e simplesmente, que os que crêem são loucos, atribuindo-se a si
mesmos, desse modo e sem cerimônias, o privilégio do bom-senso. Esse o
argumento formidável dos que nenhuma razão plausível encontram para
apresentar.
Afinal,
semelhante maneira de atacar se tomou ridícula, tal a sua banalidade, e não
merece que se perca tempo em refutá-la. Acresce que os espíritas não se
alteram com isso; tomam corajosamente o seu partido e se consolam, lembrando-se
de que têm por companheiros de infortúnio muitas pessoas de mérito
incontestável.
Efetivamente,
forçoso será convir em que essa loucura, se loucura existe, apresenta uma
característica muito singular: a de atingir de preferência a classe
instruída, em cujo seio conta o Espiritismo, até ao presente, a imensa maioria
de seus adeptos. Se entre estes algumas excentricidades se manifestam, elas nada
provam contra a Doutrina, do mesmo modo que os loucos religiosos nada provam
contra a religião, nem os loucos melamos contra a música, ou os loucos
matemáticos contra a matemática.
Todas
as ideias sempre tiveram fanáticos exagerados e é preciso se seja dotado de
muito obtuso juízo, para confundir a exageração de uma coisa com a coisa
mesma.
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Para
mais amplas explicações a este respeito, recomendamos ao leitor a nossabrochura: O que é o Espiritismo e O Livro dos Espíritos
(Introdução, § 15).
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