Não
é
natural que, em plenas reuniões de estudo,
os médiuns se
deixem influenciar por entidades
perturbadoras que costumam quebrar o ritmo de proveitosos e
sinceros trabalhos de educação.
____Tal interferência deve ser muito estranhável para todos os estudiosos de
boa-vontade.
- Se
o médium que se entregou à atuação nociva é insciente dos seus
deveres à luz dos ensinamentos doutrinários, trata-se de um obsidiado
que requer o máximo de contribuição fraterna
- mas,
se o acontecimento se verifica através de companheiro portador do
conhecimento exato de suas obrigações, no círculo de atividades da
Doutrina, é justo responsabilizá-lo pela perturbação, porque o
fato, então, será oriundo da sua invigilância e imprevidência, em
relação aos deveres sagrados que competem a cada um de nós, no
esforço do bem e da verdade.
[41a - página 221] - EMMANUEL - 1940
____As reuniões de estudo são de imensa utilidade para os médiuns de manifestações_inteligentes, para aqueles, sobretudo, que seriamente desejam
aperfeiçoar-se e que a elas não comparecerem dominados por tola presunção de
infalibilidade. Constituem um dos grandes
tropeços da mediunidade,
como já tivemos ocasião de dizer, a obsessão
e a fascinação. Eles, pois, podem iludir-se de muito boa-fé, com relação ao mérito do que
alcançam e facilmente se concebe que os Espíritos_enganadores têm o caminho aberto, quando apenas lidam com um cego.
Por essa razão é que afastam o seu médium de toda fiscalização; que chegam
mesmo, se for preciso, a fazê-lo tomar aversão a quem quer que o possa
esclarecer. Graças ao insulamento
e à fascinação, conseguem sem dificuldade levá-lo a aceitar tudo o que eles
queiram.
____Nunca
será demais repetir: aí se encontra não somente um tropeço, mas um perigo;
sim, verdadeiro perigo, dizemos. O único meio, para o médium,
de escapar-lhe é a análise praticada por pessoas desinteressadas e
benevolentes que, apreciando com sangue frio e imparcialidade as comunicações,
lhe abram os olhos e o façam perceber o que, por si mesmo, ele não possa ver.
Ora, todo médium que teme esse juízo já está no caminho da obsessão; aquele
que acredita ter sido a luz feita exclusivamente em seu proveito está
completamente subjugado.
Se toma a mal as observações, se as repele, se se irrita ao ouvi-las, dúvida
não cabe sobre a natureza má do Espírito que o assiste. ____Temos
dito que um médium pode carecer dos conhecimentos necessários para perceber os
erros; que pode deixar-se iludir por palavras retumbantes e por uma linguagem
pretensiosa, ser seduzido por sofismas, tudo na maior boa-fé. Por isso é
que em falta de luzes próprias, deve ele modestamente recorrer à dos outros,
de acordo com estes dois adágios: quatro olhos vêem mais do que dois e
ninguém é bom juiz em causa própria. Desse ponto de vista é que são
de grande utilidade para o médium as reuniões, desde que se mostre bastante
sensato para ouvir as opiniões que se lhe dêem, porque ali se encontrarão
pessoas mais esclarecidas do que ele e que apanharão os matizes, muitas vezes
delicados, por onde trai o Espírito a sua inferioridade. ____Todo
médium, que sinceramente deseje não ser joguete da mentira, deve, portanto,
procurar produzir em reuniões serias, levando-lhes o que obtenha em particular,
aceitar agradecido, solicitar mesmo o exame crítico das comunicações que
receba. Se estiver às voltas com Espíritos enganadores, esse o meio mais
seguro de se desembaraçar deles, provando-lhes que não o podem enganar.
____Aliás,
ao médium, que se irrita com a crítica, tanto menos razão assiste para
semelhante irritação, quanto o seu amor-próprio nada tem que ver com o caso,
pois que não é seu o que lhe sai da boca, ou do lápis, e que mais
responsável não é por isso, do que o seria se lesse os versos de um mau
poeta. ____Insistimos
nesse ponto, porque, assim como esse é um escolho para os médiuns, também o
é para as reuniões, nas quais importa não se confie levianamente em todos os
intérpretes dos Espíritos. O concurso de qualquer médium_obsidiado, ou fascinado, lhes seria mais nocivo do que útil; não devem elas, pois,
aceitá-lo. Julgamos já ter expendido observações suficientes, de modo a lhes
tomar impossível equivocarem-se acerca dos caracteres da obsessão, se o
médium não a puder reconhecer por si mesmo. Um dos mais evidentes é, da parte
deste, a pretensão de ter sempre razão contra toda gente. Os médiuns
obsidiados, que se recusam a reconhecer que o são, se assemelham a esses
doentes que se iludem sobre a própria enfermidade e se perdem, por se não
submeterem a um regime salutar.
[17b - página 424
item 329]
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