____Estamos em pleno período de afirmação doutrinária da Umbanda. Uma fase como esta não pode se restringir a negar conceitos.Sabemos que na fase de expansão as grandes discussões da Umbanda
se prendiam à sua origem (Vedas, Atlantis, Sumérios?) ou da origem do próprio
vocábulo (védico, sânscrito, celta?); essas buscas tinham o sentido de
afirmar a Umbanda não como uma religião
brasileira, mas, sim, como uma religião antiga, que voltava até
nós, e por esse fato mais confiável. Até no próprio Candomblé
buscava-se fundamentos para "fazer a Umbanda mais forte".No entanto, o período de afirmação doutrinária iniciou-se, como
vimos, com o abandono de
todas essas especulações e firmou-se naquilo cuja evidência era irrefutável
e estava bem à mão: a origem brasileira da Umbanda.Hoje, portanto, para que sejamos consistentes com esse início, não
devemos ficar em afirmações áridas ou em buscas desnecessárias. A base filosófico - religiosa da Umbanda
é, sem nenhuma dúvida aquela pregada por Cristo. Antes de Jesus_Cristo, os Manuscritos
do Mar Morto trouxeram isso à tona apesar da oposição dos Judeus e da
Igreja Católica Apostólica Romana, comprovam que antes de Jesus Cristo,
num período entre 500 e 200 anos a.C., vários líderes religiosos já
apresentavam as bases daquilo que posteriormente veio a configurar a
religião cristã. Dentre eles,
figura o então chamado Mestre da Retidão, líder essênio, cujas orientações
religiosas já adiantavam quase tudo o que Jesus viria a dizer. Se isso é verdade, porque razão Cristo foi quem marcou nosso
mundo? Exatamente por sua missão Crística. E esta missão foi tão
forte, tão inconteste, que a filosofia pregada por Cristo, do amor entre
todos e de nossa filiação direta a Deus,
além de marcar uma Era, marcou o calendário e se espalhou por todos os
cantos do mundo.Do extremo oriente
ao ocidente, Cristo é hoje reconhecido como aquele que veio trazer a
mensagem do Pai. Assim, a Umbanda não deve temer o assumir Jesus Cristo
como seu maior orientador. Se buscarmos em alguns pensadores cristãos
suas bases filosófico-religiosas veremos o quanto elas são compatíveis
com a Umbanda, inclusive no que concerne à definição dada pelo Caboclo
das Sete Encruzilhadas, ou seja, "A manifestação do Espírito para a prática da
caridade". Ao analisarmos com cuidado esses escritores, religiosos ou
laicos, veremos ainda o quanto foi deturpada a mensagem que nos foi
trazida por Jesus Cristo pelas Igrejas
que hoje se apresentam como exclusivas representantes de Cristo.A esse argumento, somam-se outros de caráter filosófico e histórico.O Caboclo das Sete Encruzilhadas sempre afirmou a presença na
Umbanda da filosofia cristã; sempre utilizou-se do Evangelho como apoio
de suas pregações; enquanto o seu médium esteve
vivo manteve a Umbanda dentro de seus princípios incruentos. Já
vimos em item anterior, algumas das razões pelas quais a Umbanda foi tão
desfigurada.Por isso, o período de afirmação doutrinária, deverá
preocupar-se pelo menos com três linhas de pensamento e atuação:
- Primeira,
é a afirmação dos princípios cristãos da Umbanda;
- a
segunda, é um processo de afirmação do seu rito, depurado de todos
atos que por essa mistura indesejada vieram a descaracterizar a
Umbanda, cabendo ressaltar que o que a obra de Omolubá já nos trouxe
em relação a essa parte da tarefa significa, sem nenhuma dúvida o
maior passo já dado pela nossa Religião neste sentido;
- a
terceira, é a manutenção do seu ritual de formação sacerdotal,
visando ordenar sacerdotes que se comprometam com as duas primeiras
vertentes.
____No tocante à primeira,
cabe executar um trabalho de avaliação
dos inúmeros livros com base na filosofia cristã para, após uma acurada
avaliação, termos assentadas
as bases cristãs da Umbanda.Aproveito
para deixar aqui, alguns princípios que acreditamos devam ser revistos.Não se pode aceitar as interpretações que foram feitas de Cristo
e que conduzem a: ____Alguns
outros princípios devem ser discutidos e ampliados:
a
autodeterminação
(existência de "dois
momentos" onde o ser
humano faz opções fundamentais a respeito de sua nova existência na
Terra) ;
nossa
ação como nossos próprios juizes, após
nossa morte física;
qual
o caminho de evolução que a Umbanda aceita (centelha divina, aperfeiçoamento
até o nível de Devas?);
- O
que significa para a Umbanda o "Amai a Deus sobre todas as coisas
e ao próximo como a ti mesmo"?
- dentro
daquilo que pregava Cristo, e por conseqüência da Umbanda, qual e
onde está a visão holística
do Homem.
____Estas
e outras questões devem ser buscadas tanto nos livros já existentes
como, se nos for consentido, através de comunicações do Astral.Sabemos o quanto foi deturpada a pregação do Cristo; sabemos também
o quanto o poder temporal superou a pregação da doutrina que nos foi
trazida por Cristo, quando da formação da Igreja Católica: sabemos
ainda quantas "reformas" foram feitas nos Evangelhos em nome do
fortalecimento desta mesma Igreja; sabemos
ainda o quanto o Evangelho segundo o Espiritismo traz no seu bojo a influência
da comunicação de Almas que tiveram sua formação dentro do catolicismo;
sabemos enfim que será muito difícil esse processo de separação
daquilo que foi verdadeiramente trazido por
Cristo, do joio do trigo.Mas
temos certeza que a Umbanda, sem nenhuma dúvida a religião que menos se
amarra a dogmas,
terá a ajuda de seus guias e a sua doutrinas aparecerá, limpa,
transparente, libertadora e, por fim, se afirmará doutrinariamente. Colaboração
de: CASA
BRANCA DE OXALÁ TEMPLO UMBANDISTA -
Rua
Barbacena 35 - Lagoa Santa - Minas Gerais CEP 33400-000
Dirigentes;
Solano de Oxalá e Maria de Omolú
Email: vianasolano@uol.com.br
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