____Já
dissemos que uma pessoa, dotada de aptidão especial, pode imprimir movimento_de_rotação_a_uma_mesa, ou a outro objeto qualquer. Tomemos, em vez
de uma mesa, uma cestinha de quinze a vinte centímetros de diâmetro (de
madeira ou de vime, a substância pouco importa).
- Se fizermos passar pelo
fundo dessa cesta um lápis e o prendermos bem, com a ponta de fora e para
baixo
- se mantivermos o aparelho assim formado em equilíbrio sobre a ponta do
lápis, apoiado este sobre uma folha de papel, e apoiarmos os dedos nas bordas
da cesta, ela se porá em movimento; mas, em vez de girar, fará que o lápis
percorra, em diversos sentidos, o papel, traçando ou riscos sem significação,
ou letras.
- Se se evocar um Espírito que queira comunicar-se, ele responderá
não mais por meio de pancadas, como na tiptologia,
porém, escrevendo palavras.
____O movimento da cesta já não é automático,
como no caso das mesas girantes; torna-se inteligente. Com esse
dispositivo, o lápis, ao chegar à extremidade da linha, não volta ao ponto de
partida para começar outra; continua a mover-se circularmente, de sorte que a
linha escrita forma uma espiral, tornando necessário voltear muitas vezes o
papel para se ler o que está grafado. Nem sempre é muito legível a escrita
assim feita, por não ficarem separadas as palavras. ____Entretanto,
o médium, por uma espécie de intuição, facilmente a decifra. Por economia, o
papel e o lápis comum podem ser substituídos por uma lousa com o respectivo
lápis. Designaremos este gênero de cesta pelo nome de cesta-pião. As vezes, em lugar da cesta, emprega-se um papelão muito semelhante às caixas
de pastilhas, formando-lhe o lápis o eixo, como no brinquedo chamado carrapeta. [17b - página 199 item 153 ] ____Muitos
outros dispositivos se têm imaginado para a obtenção do mesmo
resultado. O mais cômodo é o a que chamaremos cesta de bico e que
consiste em adaptar-se à cesta uma haste inclinada, de madeira, prolongando-se
dez a quinze centímetros para o lado de fora, na posição do mastro de
gurupés, numa embarcação.
____Por
um buraco aberto na extremidade dessa haste, ou bico, passa-se um lápis
bastante comprido para que sua ponta assente no papel. Pondo o médium os
dedos na borda da cesta, o aparelho todo se agita e o lápis escreve, como no
caso anterior, com a diferença, porém, de que, em geral, a escrita é mais
legível, com as palavras separadas e as linhas sucedendo-se paralelas, como na
escrita comum, por poder o médium levar facilmente o lápis de uma linha a
outra. Obtêm-se assim dissertações de muitas páginas, tão rapidamente como
se se escrevesse com a mão. [17b - página 199 item 154] As Médiuns de Rivail
No princípio de seu trabalho, Rivail obteve muito material e teve a oportunidade de questionar diversos Espíritos através da mediunidade de psicografia mecânica de Caroline e Julie Baudin. Em 1855 as jovens apresentavam, respectivamente, as idades de 16 e 14 anos.
Basicamente, Rivail preparava os temas, desenvolvia perguntas em sua casa, multiplicava questões sobre os temas, de forma a deixá-los claramente expostos e os levava à residência das Baudin. Elas psicografavam com o auxílio de uma “corbeille toupie”, ou cesta de bico, que era uma cesta comum com uma ponta na qual se colocava um lápis ou outro material capaz de escrever sobre a ardósia (1). As meninas colocavam a ponta dos dedos no corpo da cesta (as duas ao mesmo tempo) e, conversando assuntos triviais, esta movimentava-se redigindo as respostas às questões propostas, enquanto as jovens conversavam assuntos diversos. (2) Desenho de uma cesta de bico contemporânea à pesquisa de Rivail.
(1) Capítulo XIII de “O Livro dos Médiuns”, de Kardec
(2) Obras Póstumas, página 267. |
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos_S_Z/sampaio_jader_como_escrito_LE.htm
(Link desativado)
____Ainda
por outros sinais inequívocos se manifesta amiúde a inteligência que atua.
Chegando ao fim da página , o lápis faz espontaneamente um movimento para virar
o papel. Se ele se quer reportar a uma passagem já escrita, na mesma página ,
ou noutra, procura-a com a ponta do lápis, como qualquer pessoa o faria com a
ponta do dedo, e sublinha-a. Se, enfim, o Espírito quer dirigir-se a alguém, a
extremidade da haste de madeira se dirige para esse alguém. Por abreviar,
exprimem-se freqüentemente as palavras sim e não, pelos sinais de afirmação
e negação que fazemos com a cabeça. Se o Espírito quer exprimir cólera, ou
impaciência, bate repetidas pancadas com a ponta do lápis e não raro a
quebra. [17b - página 200 item 155]
- Em
vez de cesta, algumas pessoas se servem de uma espécie de mesa pequenina,
feita de propósito, tendo de doze a quinze centímetros de comprimento, por
cinco a seis de altura, e três pés a um dos quais se adapta um lápis. Os dois
outros são arredondados, ou munidos de uma bola de marfim, para deslizar mais
facilmente sobre o papel.
- Outros
se utilizam apenas de uma prancheta de quinze a vinte centímetros
quadrados, triangular, oblonga, ou oval. Num dos bordos, há um furo oblíquo
para introduzir-se o lápis. Colocada em posição de escrever, ela fica
inclinada e se apóia por um dos lados no papel. Algumas trazem desse lado
rodízios para lhe facilitarem o movimento. E de ver-se, em suma, que todos
esses dispositivos nada têm de absoluto. O melhor é o que for mais cômodo.
____Com
qualquer desses aparelhos, quase sempre é preciso que os operadores sejam dois;
mas, não é necessário que ambos sejam dotados de faculdades mediúnicas. Um
serve unicamente para manter o equilíbrio e poupar ao médium excesso de fadiga. [17b - página 200 item 156]
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