
[24 - página 260 item 8]
- Uns
nascem na indigência
- e outros na opulência.
- Há
pessoas que nascem cegas, surdas, mudas ou atacadas de enfermidades
incuráveis,
- enquanto que outras têm todas as vantagens físicas.
____É isso efeito do acaso ou da Providência?
- Se
é efeito do acaso, não o é da Providência;
- se
é efeito da Providência, pergunta-se onde
está sua bondade e sua justiça?
____Ora, é por não compreenderem
a causa desses males, que muitas pessoas são levadas a
acusá-la.
- Compreende-se
que aquele que se torna miserável ou enfermo
por suas imprudências ou seus excessos, seja punido pelo que pecou;
- mas
se a alma é
criada ao mesmo tempo que o corpo, que fez ela
para merecer semelhantes aflições, desde o seu nascimento, ou para delas estar isenta?
- Se
se admite a justiça de Deus, deve-se admitir que esse
efeito tem uma causa; se essa causa não está nesta vida, deve ser de antes dela, porque em todas as coisas, a causa deve
preceder o efeito; por
isso, é preciso, pois, que a alma tenha vivido e que tenha merecido
uma expiação.
____Os estudos espíritas nos mostram, com efeito, que
mais de um homem que nasceu na miséria,
foi rico e considerado em uma existência anterior,
mas, fez mau uso da fortuna que Deus lhe deu para
gerir; que mais de um indivíduo, que nasceu na vileza, foi orgulhoso e poderoso; nô-lo mostram, às vezes submetido às ordens daquele
mesmo ao qual comandou com dureza, sob os maus tratos e a humilhação
que fez os outros suportarem.
- Uma vida penosa não é sempre uma expiação;
freqüentemente, é uma prova escolhida pelo Espírito, que vê um meio de se adiantar mais rapidamente, se a suporta com coragem.
- A riqueza é também uma prova,
porém, mais perigosa que a da miséria,
pela s tentaçõesque dá e os abusos que provoca; o exemplo
daqueles que a viveram também prova que é uma
daquelas em que, freqüentemente, saem menos vitoriosos.
____A diferença de posições sociais seria a maior das injustiças, quando
não resulta da conduta atual, se ela não devesse
ter uma compensação. É a convicção que se
adquire desta verdade pelo Espiritismo,
que dá a força para suportar as vicissitudes da
vida e aceitar a sorte sem invejar a dos outros. Allan
Kardec
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- O Homem durante a vida terrestre]
 Resposta de uma Mãe ____Creio, meu filho, que a pobreza é uma das melhores oportunidades
de elevação, ao nosso alcance.
- Estou convencida de que os homens
afortunados têm uma grande tarefa a cumprir, na Terra,
- mas admito que os
pobres, além da missão que lhes cabe no mundo, são mais livres e mais
felizes.
____Na pobreza, é mais fácil encontrar a amizade sincera, a visão da
assistência de Deus, os tesouros da natureza, a riqueza das alegrias simples e
puras. É claro que não me refiro aos ociosos e ingratos dos caminhos terrenos.
Refiro-me aos pobres que trabalham e guardam a fé. O homem de grandes
possibilidades financeiras muito dificilmente saberá discernir entre a afeição e o
interesse descrente de que tudo pode, nem sempre como entender a divina
proteção; pelo conforto viciado a que se entrega, as mais das vezes se afasta
das bênçãos da Natureza; e em vista de muito desfazer aos próprios caprichos,
restringe a vida de alegrar-se e confiar no mundo.
[103 - páginas 191/192] André Luiz 
- Deus a uns concedeu as riquezas e o poder,
- e a
outros, a miséria, para experimentá-los de
modos diferentes.
- Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com
freqüência.
[9a - página 379 questão 814] As
provas da desgraça ou
a da riqueza, são-no tanto uma quanto outra,
terríveis. A miséria provoca as queixas
contra a Providência, a riqueza incita a
todos os excessos.
[9a - página 379 questão 815]
- Mateus [6]
- 19 Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam
- 20 mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
- 21 Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

____Estando
o rico sujeito a maiores tentações, também dispõe, por outro lado, de mais
meios de fazer o bem. Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta,
orgulhoso e insaciável.
Com a riqueza, suas necessidades aumentam e
ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.
____A
alta posição do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes
são provas tão
grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e
poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes
são os meios de que dispõe para fazer o_bem_e_o_mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo
emprego que dá aos seus bens e ao seu poder.
____A
riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões
que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual.
[9a - página 379 questão 816] |
 Entre
dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos
pessoais suas riquezas, tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a
necessidade,
devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui. O segundo,
que conheceu os sofrimentos,
que sabe o que é sofrer. A dor, a que
nenhum
alívio procura dar, ele a conhece; porém, como freqüentemente sucede, já
dela não se lembra mais.
[9a - página 414 q.899]
Figuremos dois avarentos, um dos quais nega a si mesmo o necessário e morre
de miséria sobre o seu tesouro, ao passo que o segundo só o é para os outros,
mostrando-se pródigo
para consigo mesmo; enquanto recua ante o mais ligeiro sacrifício para prestar um
serviço ou fazer qualquer coisa útil, nunca julga demasiado o que dependa para
satisfazer
aos seus gostos ou às suas paixões. Peça-se-lhe um obséquio e estará sempre
em dificuldade
para fazê-lo; imagine, porém, realizar uma fantasia e terá sempre o bastante para
isso.
____O mais culpado e o que se achará em pior situação no mundo
dos Espíritos é o que goza, porque é mais egoísta do que avarento. O outro já recebeu parte do
seu castigo.
[9a - página 415 questão 901] |
 Cobiçar a
riqueza, quando nos anime o desejo de fazer o
bem, tal
sentimento é, não há dúvida, louvável, quando puro. Mas, será sempre
bastante desinteressado
esse desejo? Não ocultará nenhum intuito de ordem pessoal? Não será de
fazer
o bem a si mesmo, em primeiro lugar, que cogita aquele, em quem tal desejo se
manifesta? [9a - página 415 questão 902] A riqueza, concedida a certos homens que não parecem tê-la merecido, é, de ordinário, prova mais perigosa do que a miséria. [9a - página 429 questão 925]
 ____Nenhum
mérito haverá em assegurarmos, para depois de nossa morte, emprego útil aos
bens que possuímos? ____Nenhum
mérito não é o termo. Isso sempre é melhor do que nada. A desgraça, porém,
é que aquele, que só depois de morto dá, é quase sempre mais egoísta do que
generoso. Quer ter o fruto do bem, sem o trabalho de praticá-lo. Duplo
proveito tira aquele que, em vida se priva de alguma coisa; o mérito do
sacrifício e o prazer de ver felizes os que lhe devem a felicidade. Mas, lá
está o egoísmo a dizer-lhe:
- O que dás tiras aos teus gozos;
- e, como o egoísmo fala mais alto do que o desinteresse e a caridade,
o homem guarda o que possui, pretextando suas necessidades pessoais e as
exigências da sua posição!
____Ah! Lastimai aquele que desconhece o prazer de dar; acha-se verdadeiramente
privado de um dos mais puros e suaves gozos. Submetendo-o à prova
da riqueza, tão escorregadia e perigosa para o seu futuro,
houve Deus por bem conceder-lhe, como compensação, a ventura da generosidade,
de já neste mundo pode gozar.
[9a - página 462 questão 1001] DINHEIRO AMIGO ____Letras de câmbio! Alterações de câmbio! ...
____Em toda parte, vemos o problema da troca na vida monetária por base de sustentação a mercados diversos.
____Tanto quanto possível, no entanto, pensa no câmbio da caridade! ...
____Sempre que se nos fixe a atenção no dinheiro, reflitamos nas aflições que ele pode suprimir.
____Medita em teu saldo financeiro, ainda que mínimo, transformado no socorro ao enfermo ou na alegria de uma criança.
____Frequentemente, a quantia que julgas modesta e sem qualquer significação, se aplicada a benefício de outrem, pode ser transubstanciada no reconforto e na benção de muitos.
____É inegável que inúmeros de nossos irmãos da Humanidade não compreendem ainda a missão benemérita da riqueza material, dissipando-a sem elevação nem grandeza, tanto quanto existem outros muitos que desconhecem o valor do corpo, dilapidando-lhes as energias sem entendimento ou proveito. Gradativamente, porém, as criaturas observarão a importância do dinheiro, à margem das próprias necessidades, por instrumento potencial de trabalho e educação, progresso e beneficência, à espera de nossas resoluções para construir e servir.
____Bendita seja sempre a moeda que remunera o suor do pai de família, que realiza os sonhos respeitáveis da juventude, que faz socorro aos irmãos desfalecentes na estrada ou que se converte em escora e recuperação dos pequeninos que vagam sem apoio e sem direção!
____Coloca-te no lugar daqueles companheiros nossos do mundo que se oneram de débitos e compromissos de solução urgente, que varam humilhação e penúria, que sofrem doença com abandono ou que se estiram nas trilhas de provação, sem ânimo e sem teto, e reconhecerás que a moeda empregada a serviço do bem pode ser comparada a um raio de luz do Céu que verte de mais alto, ao encontro da lágrima na Terra, a fim de transformá-la em bênção de esperança e de amor, na edificação de um mundo mais feliz. [117 - páginas 111/112] EMMANUEL  Os pobres e os ricos
(Sociedade Espírita de Lyon.) ____ ____Nota. Se bem que os Espíritas de Lyon estejam divididos em vários grupos, que se reúnem separadamente, nós os consideramos como não formando senão uma única sociedade, que designamos sob o nome de Sociedade Espírita de Lyon. A comunicação seguinte foi obtida em nossa presença.
____O ciume é o companheiro do orgulho e da inveja; ele vos leva a desejar tudo o que os outros possuem, sem vos dar conta se, invejando a sua posição, não pedis senão que se vos faça presente de uma víbora que aquecereis em vosso seio. Invejais os ricos e tendes sempre ciúme deles; a vossa ambição e o vosso egoísmo vos levam a ter sede do ouro dos outros.
- "Se fosse rico, dizeis, faria um uso muito diferente de meus bens, como não o vejo fazer tal ou tal;" sabeis se, quando tiverdes esse ouro, dele não fareis um pior uso ainda? A isso respondeis:
- "Aquele que está ao abrigo das necessidades cotidianas da vida, não tem senão penas bem mínimas em comparação comigo." Que sabeis disso? Aprendei que o rico não é senão um intendente de Deus; se faz um mau uso de sua fortuna, lhe será pedida uma conta severa. Essa fortuna que Deus lhe dá, e da qual aproveita sobre a Terra, é a sua punição, é a sua prova, é a sua expiação.
____Quantos tormentos o rico se dá para conservar esse ouro ao qual se prende tanto; e quando chega a sua última hora, quando lhe é necessário prestar as suas contas, e que compreende, nessa hora suprema, que lhe revela quase sempre toda a conduta que devera ter, como ele treme! Como tem medo! É que começa a compreender que faliu em sua missão, que foi um mandatário infiel, e que suas contas vão ser complicadas. Os pobres trabalhadores, ao contrário, que, tendo sofrido toda a vida, que tenham estado presos à bigorna e ao arado, vêem chegar a morte, essa libertação de todos os males, com reconhecimento, sobretudo se suportaram as suas misérias com resignação, e sem murmurar. Crede-me, meus amigos, se vos fosse dado ver o rude pelourinho ao qual a fortuna prende os ricos, vós, cujo coração é bom, porque passastes por todas as estamenhas da infelicidade, direis com o Cristo, quando o vosso amor-próprio fosse esmagado pelo luxo dos opulentos da Terra: "Perdoai-lhes, meu Deus, não sabem o que fazem," e dormireis sobre o vosso rude travesseiro acrescentando: "Meu Deus, abençoai-me e que a vossa vontade seja feita!!! O Espírito protetor do médium. [37 - página 330] Allan Kardec - Outubro/1861
http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/re/1861/10f-dissertacoes.html#ospobres
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