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ISLAMISMO
Antes
da fundação do Papado, em 607, as forças espirituais se viram compelidas
a um grande esforço no combate contra as sombras que ameaçavam
todas as consciências. Muitos emissários do Alto tomam corpo
entre as falanges católicas no intuito de regenerar os costumes da Igreja. Embalde, porém, tentam operar o retorno de Roma aos braços do Cristo,
conseguindo apenas desenvolver o máximo de seus esforços no penoso
trabalho de arquivar experiências para as gerações vindouras.
Numerosos
Espíritos reencarnam com as mais altas delegações do plano
invisível. Entre esses missionários, veio aquele que se chamou Maomet,
ao nascer em Meca no ano 570. Filho da tribo dos Coraixitas, sua missão
era reunir todas as tribos árabes sob a luz dos ensinos cristãos, de modo
a organizar-se na Ásia um movimento forte de restauração do Evangelho
do Cristo, em oposição aos abusos romanos, nos ambientes da Europa. Maomet, contudo, pobre e humilde no começo de sua vida, que deveria
ser de sacrifício e exemplificação, torna-se rico após o casamento com
Khadidja e não resiste ao assédio dos Espíritos da Sombra, traindo nobres
obrigações espirituais com as suas fraquezas. Dotado de grandes faculdades_mediúnicas inerentes ao desempenho dos seus compromissos, muitas
vezes foi aconselhado por seus mentores do Alto, nos grandes lances
da sua existência, mas não conseguiu triunfar das inferioridades humanas. É por essa razão que o missionário do Islã deixa entrever, nos seus
ensinos, flagrantes contradições. A par do perfume cristão que se evola de muitas das suas lições, há um
espírito belicoso, de violência e de imposição;
junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina
da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma
imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado
do seu verdadeiro caminho. Por essa razão o Islamismo,
que poderia representar um grande
movimento de restauração do ensino de Jesus,
corrigindo os desvios do Papado nascente, assinalou mais uma vitória
das Trevas contra a Luz e cujas raízes
era necessário extirpar. [52
página 149] AS
GUERRAS DO ISLÃ Maomet,
nas recordações do dever que o trazia à Terra, lembrando os
trabalhos que lhe competiam na Ásia, a fim de regenerar a Igreja para Jesus,
vulgarizou a palavra "infiel", entre as várias famílias do seu povo,
designando assim os árabes que lhe, eram
insubmissos, quando a expressão se
aplicava, perfeitamente, aos sacerdotes transviados do Cristianismo. Com
o seu regresso ao plano espiritual, toda a Arábia estava submetida
à sua doutrina, pela força da espada; e todavia os seus continuadores
não se deram por satisfeitos com semelhantes conquistas.
Iniciaram
no exterior as guerras santas", subjugando toda a África setentrional,
no fim do século VII. Nos primeiros anos do século imediato, atravessaram
o estreito de Gibraltar, estabelecendo-se na Espanha, em vista
da escassa resistência dos visigodos atormentados pela separação, e somente não seguiram caminho além dos Pirineus
porque o plano espiritual assinalara um
limite às suas operações, encaminhando Carlos Martel para as vitórias de 732. [52
página 151]
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