Avós: Antonio Leme e Ctharina de Barros

Pais: Antão Leme, natural da Ilha da, Madeira, fidalgo da casa real, passou-se dessa ilha para S. Vicente, onde já morava pelos anos de 1550, segundo escreveu Pedro Taques.

Pais:



Casamento: Ilha da Madeira

Pedro Leme

Luzia Fernandes

(obs: entre 1592 e 1596 Pedro Leme ficou cego e impaciente com Juzarte Lopes e com o sogro e mais chegado à filha Leonor Leme)

Segundo o mesmo escritor, Pedro Leme, antes de vir para S. Vicente, deixara a Ilha da Madeira e estivera no continente, na corte de d. João III, onde casou-se a 1.ª vez com Isabel Paes, açafata do paço, natural de Abrantes, f.ª de Fernando Dias Paes, que era tio de João Pinheiro, desembargador dor paço; passou a morar em Abrantes onde teve o f.° Fernando Dias Paes. Falecendo esta sua 1 .ª mulher Isabel Paes, voltou Pedro Leme à Ilha da Madeira com seu filho e aí casou-se 2.ª vez com Luzia Fernandes de quem teve a f.ª Leonor Leme, a qual passou, na companhia de seu pai, para S: Vicente já casada com Braz Teves, tendo ficado por algum tempo na dita ilha seu irmão Fernando Dias Paes, que mais tarde também mudou-se para S. Vicente, onde se casou com sua sobrinha Lucrecia Leme, como adiante veremos.

Terceira vez casou-se Pedro Leme em S. Vicente com Gracia Rodrigues de Moura, f.ª de Gaspar Rodrigues de Moura. Faleceu Pedro Leme em 1600 em S. Paulo com testamento, em que menciona apenas o 2.º e 3.º casamentos; isto parece trazer duvida sobre o 1.º casamento, porém ela desaparece diante das indagações feitas por Pedro Taques em 1775 em Portugal (depois de ter escrito o seu Tit. de Lemes) que levaram-no à certeza da existência desse 1.° casamento, o que foi por ele comunicado a frei Gaspar da Madre de Deus, além da carta de brasão de armas passada a seu descendente Pedro Dias Paes Leme, registrada em Lisboa, da qual consta que Fernando Dias Paes, casado com sua sobrinha Lucrecia Leme, foi f.º de Pedro Leme e de Isabel Paes, n. p. de Antão Leme, bisn. de Antonio Leme e de Catharina de Barros etc.






Filhos:

  1. Da 1.ª mulher Isabel Paes f.ª de Fernando Dias Paes, que era tio de João Pinheiro, desembargador dor paço:

    1. Fernando Dias Paes, que tinha ficado na Ilha da Madeira em companhia de seus avós quando partiu seu pai para S. Vicente, mais tarde também passou a morar nesta vila onde casou-se 1.º com Helena Teixeira e 2.ª vez com sua sobrinha Lucrecia Leme, f.ª de Braz Teves e de Leonor Leme n.° 2 adiante. Teve:

      Da 1.ª mulher Helena Teixeira 3 f.°s que, segundo escreveu Pedro Taques, foram para a Bahia, a chamado de um parente de grande respeito e tratamento, e são:

      • Cap. 1 ° Francisco Teixeira
      • Cap. 2.° Vicente Teixeira
      • Cap. 3.° Antonio Teixeira, que casou na Bahia e deixou uma f.ª que também casou na mesma cidade e deixou grande geração.

      Da 2.ª mulher Lucrecia Leme, (f.ª de Braz Teves e de Leonor Leme)

      • 1-1 Izabel Paes § 1.º, nascida por 1578
      • 1-2 Leonor Leme § 2.º, nascida por 1573.
      • 1-3 Fernão Dias Paes Leme § 3.º, nascido por 1576
      • 1-4 Maria Leme § 4.º, nascida por 1578
      • 1-5 Pedro Dias Paes Leme § 5.°, nascido por 1578
      • 1-6 Luzia Leme § 6.º, nascido por 1587
      • 1-7 Luiz Dias Leme § 7.º

      Teve também uma f.ª bastarda:  1-8 Suzana Dias, que foi mãe de 2-1 Simôa Fernandes, casada com Diogo Penedo ; desta descendeu 3-1 Maria Pedroso, que foi casada com o capitão Manoel Themudo, que foram pais de 4-1 Maria de Faria casada em 1668 com seu parente Manoel João de Quebedos. (C. Ec. de S. Paulo, dispensas matrimoniais).

  2. Da 2.ª mulher Luzia Fernandes:

    1. Leonor Leme c.c. Braz Esteves

  3. Da 3ª mulher Gracia Rodrigues de Moura, f.ª de Gaspar Rodrigues de Moura

    1. Antonia

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SL. 2º, 182, F 1: Pedro Leme, que passou da dita ilha a S. Vicente com sua f.ª Leonor já casada com Braz Teves.

Pedro Leme, f.° de Antão Leme, natural da Ilha da, Madeira, fidalgo da casa real, passou-se dessa ilha para S. Vicente, onde já morava pelos anos de 1550, segundo escreveu Pedro Taques. Segundo o mesmo escritor, Pedro Leme, antes de vir para S. Vicente, deixara a Ilha da Madeira e estivera no continente, na corte de d. João III, onde casou-se a 1.ª vez com Isabel Paes, açafata do paço, natural de Abrantes, f.ª de Fernando Dias Paes, que era tio de João Pinheiro, desembargador dor paço; passou a morar em Abrantes onde teve o f.° Fernando Dias Paes. Falecendo esta sua 1 .ª mulher Isabel Paes, voltou Pedro Leme à Ilha da Madeira com seu filho e aí casou-se 2.ª vez com Luzia Fernandes de quem teve a f.ª Leonor Leme, a qual passou, na companhia de seu pai, para S: Vicente já casada com Braz Teves, tendo ficado por algum tempo na dita ilha seu irmão Fernando Dias Paes, que mais tarde também mudou-se para S. Vicente, onde se casou com sua sobrinha Lucrecia Leme, como adiante veremos.

Terceira vez casou-se Pedro Leme em S. Vicente com Gracia Rodrigues de Moura, f.ª de Gaspar Rodrigues de Moura. Faleceu Pedro Leme em 1600 em S. Paulo com testamento, em que menciona apenas o 2.º e 3.º casamentos; isto parece trazer duvida sobre o 1.º casamento, porém ela desaparece diante das indagações feitas por Pedro Taques em 1775 em Portugal (depois de ter escrito o seu Tit. de Lemes) que levaram-no à certeza da existência desse 1.° casamento, o que foi por ele comunicado a frei Gaspar da Madre de Deus, além da carta de brasão de armas passada a seu descendente Pedro Dias Paes Leme, registrada em Lisboa, da qual consta que Fernando Dias Paes, casado com sua sobrinha Lucrecia Leme, foi f.º de Pedro Leme e de Isabel Paes, n. p. de Antão Leme, bisn. de Antonio Leme e de Catharina de Barros etc.

Do que ficou dito deduzimos que foram os seguintes os f.ºs de Pedro Leme:

Da 1.ª mulher Isabel Paes:

N.º 1 Fernando Dias Paes

Da 2.ª mulher Luzia Fernandes:

N.º 2 Leonor Leme

Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira)

Filha não citada por Silva Leme:

Teve Pedro Leme de Gracia Rodrigues, falecida em São Vicente e inventariada em 1594 a filha:

-Antonia, nascida por 1590, em 1600 tutelada do avô materno em S. Vicente, vivia em 1605.

PEDRO LEME

Inventário e Testamento

Vol 1, fl 25

Data: 27-3-1600

Local: Vila de São Paulo, casa de Brás Esteves

Juiz: Bernardo de Quadros

Declarante: Braz Esteves, genro do defunto

Avaliadores: Francisco Maldonado e Luiz Alves

TESTAMENTO

9-9-1592

Em nome de Deus e da Virgem Maria sua bendita Mãe

Saibam todos quantos esta cédula de testamento virem que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil quinhentos e noventa e dois anos em os nove dias de setembro nesta vila de São Vicente em minha casa estando eu Pedro leme doente de doença que Deus me deu e não sabendo o que Nosso Senhor de mim faria estando em todo o meu entendimento que Deus me deu determinei fazer esta cédula de testamento pelo que roguei a Paulo veres meu compadre que a fizesse a meu rogo para por esta cédula deixar declarado as cousas que me convem para a minha alma e descargo da minha consciência.

Primeiramente encomendo a minha alma a Nosso Senhor Jesus Cristo ... e a sua bendita Madre que rogue por mim – digo que morrendo me enterrarão na Igreja de Nosso Senhor Matriz desta vila de São Vicente e se o Mosteiro de Jesus se concertar me enterrarão lá na cova de minha mulher que Deus haja –

(encomenda missas e esmolas pias às confrarias)

.. que Nosso Senhor perdoe os meus pecados e haja ... um escravo por nome Diogo .... minha terça para que ela ... cumprir estas obrigações que deixo e o que ....deixo a ela o qual escravo se avaliará e a minha terça não chegar a valia do dito escravo entregará minha filha na demais fazenda que houver porque o dito escravo quero que fique a minha mulher .... seu remédio por boas obras que dela recebi...

...digo que quando Luzia Fernandes defunta morreu ficaram três ... um de Manoel de Oliveira e outro de João Vieira e outro de Paulo de Veres os quais se acharam no inventário de quantos são os quais arrecadei em sua vida dela e o resto deles eram cinco cruzados dos quais paguei pela defunta minha mulher que Deus haja aos padres quinze cruzados e havia-me de entregar outros quinze que foram de Manoel de Oliveira dez cruzados e cinco de Paulo Veres e oito de João Vieira ficava para partir com minha filha digo digo que pelo escravo que minha filha me havia de dar me alargou a metade da casa de São Vicente que os ingleses queimaram e a metade das casas do Outeiros e assim a metade da divida de João Vieira e se ela não estiver por este partido a casa que se queimou da vila ... por ela e não querendo estar por isso me pagará o escravo que foi avaliado em dez mil réis e pagar-lhe-ão a metade da divida de João Vieira e dar-lhe-ão a metade das casa dos Outeiros.

Digo que Gaspar Rodrigues meu sogro me prometeu em dote cem cruzados na mão de Felipa da Mota cincoenta cruzados e na mão de Braz Cubas outros cincoenta cruzados e a conta ... de Braz Cubas me deu umas terras que vendi em cincoenta cruzados e o demais me deve tudo de que é testemunha Juzarte Lopes e por não me lembrar mais de coisa alguma houve .... por acabado e rogo a todas as justiças .... o mandem cumprir como nela se contem por .... minha ultima e derradeira vontade e ... ao rol que deixo fora ... ... de Paulo de Veres que esta me fizesse ... e rogo e peço a minha mulher ... faça por minha alma... cousas assim como por ela faria encomendando-m´o ela e porque ... confio que ela o fará lhe deixo o dito escravo que atrás declaro com as condições declaradas para que ninguém lho possa tirar ...

Assinaturas de Pedro Leme e Paulo de Veres

TESTEMUNHAS

- Paulo de Veres

- Francisco Lopes

- Luiz de Haro

- Bastião .;..

- Antonio Afonso

 

APROVAçãO

Saibam quantos esta publica aprovação de cédula e testamento virem como no ano do Nascimento de Jesus Cristo de mil quinhentos e noventa e dois aos vinte e um dias do mês de Setembro do dito ano nesta vila de São Vicente ...nas pousadas de Pedro leme Fidalgo da casa de el-rei nosso senhor por ele me foi dito e dado este testamento...

CODICILIO

7-7-1596

Declaro que deixo a minha terça a minha filha Antonia e sendo caso que a dita Antonia morra ... seu avô Gaspar Rodrigues em tal caso deixo a minha terça a minha filha Leonor Leme ou a seus filhos por sua morte.

Juzarte Lopes me prometeu cem cruzados em casamento para seu sogro Gaspar Rodrigues ... cem cruzados em um conhecimento de Manoel de Oliveira e outros cincoenta em mandado de seu salário de ter cargo da fortaleza da Bertioga assinado por Braz Cubas e com esta condição casar com sua filha.

Declaro que ao tempo que casei com Gracia Rodrigues que Juzarte Lopes disse que tinha uma ...(faltam linhas) ..... que como fosse tecida ... pertencia... meio a qual ...juramento... e quando era e declaro mais que deixo .... filha Leonor Leme de sua mãe Luzia Fernandes ainda o que não declarei no inventario.

Declaro que eu mandei criar uma menina filha de uma escrava de Juzarte Lopes por não ter mãe a qual me deu que a criasse para mim e depois de a criar dois anos m´a tornou a pedir que me pagaria a criação e não m´a pagou e peçam´lha que foram dois.

Declaro que minha mulher deixou ... terras da terra firme e eu não lhe quis dar nem lhas dou porquanto.

Declaro que Diogo Fernandes deu por mim a Bastião Leme seis vacas para m´as trazer com as suas e não me entregou mais que quatro peçam-lh´as duas.

Declaro que do moço que minha mulher Luzia Fernandes me ... que não quero nada porque morreu por meu.

Declaro que antes que Diogo Fernandes lhe desse as seis vacas tinha já duas em seu poder das quais tomou uma dizendo que eu lh´a dei e não lh´a dei e peçam-lhe também as quais coisas aqui declaradas ficam escritas por Antonio Afonso o qual assinou aqui por mim por ser cego e não ver para assinar hoje sete dias de junho de 96 anos.

....

Declaro que sendo o caso que minha filha .... filho ou filha sempre esta terça .... a minha filha Leonor ...... que sou obrigado ... Gracia Rodrigues sete mil réis que ..... por declarar os quais não dei deles .... partilha a minha filha Antonia a qual declaração foi feita a meu rogo por Antonio Afonso, hoje sete de junho de 96 anos.

(obs: entre 1592 e 1596 Pedro Leme ficou cego e impaciente com Juzarte Lopes e com o sogro e mais chegado à filha Leonor Leme)

23-6-1596: Pedro Leme está em São Paulo na casa de Brás Esteves e pede a aprovação do testamento e dos codicilios, na presença das testemunhas Garcia Rodrigues, Lucas Fernandes, Rafael de Oliveira, Aleixo leme e Simão Borges.

BENS QUE SE AVALIARAM

  • - Roupas usadas
  • - Pouca tralha de casa
  • - Cincoenta cruzados do negro que se vendeu por nome Diogo
  • - 3$520 em moedas de ouro

Foram entregues a Braz Esteves

(Braz Esteves manda citar Gaspar Rodrigues em São Vicente que venha para as partilhas e Gaspar responde com “desdem”. Braz então solicita as partilhas assim mesmo e Gaspar Nunes é feito curador de Antonia para as partilhas em São Paulo)

PRECATóRIA QUE VEIO DE SãO VICENTE

Gaspar Rodrigues alega que ao contrário é Leonor Leme que deve mandar o inventário de São Paulo para São Vicente e ir lá às partilhas já que foi lá que morreu Gracia Rodrigues deixando a filha Antonia, que estava com ele avô e era herdeira órfã de Pedro Leme.

 

GRACIA RODRIGUES

Inventário e Testamento

Vol 5, fl 40, anexo ao de Pedro Leme

Data: 11-2-1594

Local: Vila de São Vicente, casa de Pedro Leme

Juiz: Luiz de Haro

Avaliadores: Juzarte Lopes e Aleixo Leme

TESTAMENTO

Em nome de Deus Amem digo e da Virgem Maria Sua Madre

Saibam quantos este instrumento e cedula de testamento virem como eu Gracia Rodrigues mulher de Pero leme cavaleiro fidalgo como estando ora muito doente em artigo de morte...

Encomenda a alma e missas, faz doações pias.

- Dá o remanescente da terça a seu marido Pero Leme.

- Quanto aos cem cruzados que seu pai prometeu em dote, que se o pai Gaspar Rodrigues de Moura quiser herdar na fazenda de Pero Leme trará os ditos cem cruzados ao monte mor, caso contrario deixa a critério de seu marido, porque não trouxera nada com ela.

- Pediu ao compadre Paulo de Veres que redigisse o testamento que pede seja cumprido.

INSTRUMENTO DE APROVAçãO

Data6-8-1590

CODICILHO

Depois de ter este testamento feito estando muito mal mandei fazer este codicilho ... no qual declaro que morrendo quero que o escravo por nome Diogo se de a minha filha Antonia porque o tomo na minha terça .....

DIVIDAS QUE DEVEM

Conhecimento de Felipa da Mota

Seu sogro Gaspar Rodrigues lhe deve 50$000

Meia arroba de estanho

O tabelião que fez o inventário, Francisco de Torres, não quer receber nada pelas boas obras que tem recebido de Pero Leme

Seguem as quitações e recibos, até 12-2-1594 pagos por Pero leme, depois disso por seu procurador Antonio Afonso.

Esse inventário foi buscado em São Vicente e trasladado em São Paulo por pedido e às custas de Brás Esteves e Leonor Leme pelo que pagaram $340 em fevereiro de 1600.

Braz Esteves também acosta o inventário de Luzia Fernandes no qual se encontram dividas a cobrar e casa em terra firme de São Vicente que o defunto manda que se pague a sua filha Leonor.

MONTE MOR 36$950

Dos quais 11$160 reis eram devidos a Braz Esteves do inventário da sogra

Legitima de cada herdeira: 8$592

Ficando por partir um conhecimento de Felipa da Mota no valor de 20$000 e mais o que deve Gaspar Rodrigues

Segue o leilão da tralha que coube à órfã

16-8-1603

Braz Esteves apresenta quitações e diz ter cumprido todo o testamento.

6-3-1605

Manoel Godinho é feito curador da órfã e recebeu as contas do curador antigo, Gaspar Nunes.

 

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S.L. 2º, 186 - N1 -Fernando Dias Paes, que tinha ficado na Ilha da Madeira em companhia de seus avós quando partiu seu pai para S. Vicente, mais tarde também passou a morar nesta vila onde casou-se 1.º com Helena Teixeira e 2.ª vez com sua sobrinha Lucrecia Leme, f.ª de Braz Teves e de Leonor Leme n.° 2 adiante. Teve:

Da 1.ª mulher Helena Teixeira 3 f.°s que, segundo escreveu Pedro Taques, foram para a Bahia, a chamado de um parente de grande respeito e tratamento, e são:

  • Cap. 1 ° Francisco Teixeira
  • Cap. 2.° Vicente Teixeira
  • Cap. 3.° Antonio Teixeira, que casou na Bahia e deixou uma f.ª que também casou na mesma cidade e deixou grande geração.

Da 2.ª mulher Lucrecia Leme deixou os f.ºs descritos no Cap. 5.° do n.° 2 adiante.

fls. 442, Cap 5- Fernando Dias Paes faleceu com testamento em 1605 em S. Paulo e sua mulher Lucrecia Leme com testamento em 1645. Teve (C. O. de S. Paulo):

  • 1-1 Izabel Paes § 1.º
  • 1-2 Leonor Leme § 2.º
  • 1-3 Fernão Dias Paes Leme § 3.º
  • 1-4 Maria Leme § 4.º
  • 1-5 Pedro Dias Paes Leme § 5.°
  • 1-6 Luzia Leme § 6.º
  • 1-7 Luiz Dias Leme § 7.º

Teve também uma f.ª bastarda: 1-8 Suzana Dias, que foi mãe de 2-1 Simôa Fernandes, casada com Diogo Penedo ; desta descendeu 3-1 Maria Pedroso, que foi casada com o capitão Manoel Themudo, que foram pais de 4-1 Maria de Faria casada em 1668 com seu parente Manoel João de Quebedos. (C. Ec. de S. Paulo, dispensas matrimoniais).

Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira)

  • 1 Izabel Paes, nascida por 1578
  • 2 Leonor Leme, nascida por 1573.
  • 3 Fernão Dias Paes Leme, nascido por 1576
  • 4 Maria Leme, nascida por 1578
  • 5 Pedro Dias Paes Leme, nascido por 1578
  • 6 Luzia Leme, nascido por 1587
  • 7 Luiz Dias Leme, nascido por 1590

Nada consta no testamento e inventário sobre a filha bastarda. Seria ela filha do filho homonimo ?????

Nota: inventários SAESP, neste site, de:

Lucrecia Leme, vol. 14

Maria Leme, vol. 13

Pedro Dias, vol. 9

Luzia Leme, vol. 15

FERNãO DIAS

Inventário e Testamento

Vol 1, fls 397

Data: 11-10-1605

Local: Sitio dos Pinheiros

Provedor Mor dos órfãos: Francisco Sotil de Siqueira

Declarante: Lucrecia Leme, a viúva

Avaliadores: Alvaro Neto e Pascoal Leite

(Nota: esse inventário não segue o procedimento oficial dos demais, porque Lucrecia Leme pede a “proteção” do Provedor Mor dos órfãos, passando a seu pedido ao largo do juiz de órfãos e avaliadores oficiais)

Lucrécia Leme, seis dias após a morte de Fernão Dias, pediu a Francisco Sotil que não deixe ninguém se entender com ela até que ele mesmo volte da viagem que estava para fazer às minas, no que é atendida por despacho que Francisco Sotil passa ao juiz de órfãos, proibindo qualquer um de se entender com a viúva porque ele chamou a si as partilhas de que se trata.

Também os avaliadores não são os oficiais, mas dois vizinhos, Alvaro Neto e Pascoal Leite, e é a própria viúva que pede a Francisco Sotil que ambos sejam chamados a prestar juramento. No que é atendida.

FILHOS DO PRIMEIRO MATRIMONIO

  • 1- Francisco Teixeira, falecido, que dizem ter uma filha na Ilha da Madeira ou onde estiver
  • 2- Vicente Teixeira, dizem estar em salvador na Bahia
  • 3- Antonio Teixeira, morador em São Paulo

FILHOS DO SEGUNDO MATRIMONIO

  • 4- Leonor Leme, 32 anos, mulher de Simão Borges
  • 5- Fernão Dias, 29 anos
  • 6- Maria Leme, 27 anos, mulher de Manoel João
  • 7- Izabel Paes, 27 anos, mulher de Jose Serrão, morador no Rio de Janeiro
  • 8- Pero Dias, 27 anos
  • 9- Luzia Fernandes, 18 anos solteira
  • 10- Luiz, 15 anos

BENS DE RAIZ

  • - Casas na vila de São Paulo partindo com Gonçalo Pires e Simão Borges avaliadas em 20$000
  • - Casa no sitio de Pinheiros avaliadas em 16$000
  • - Meia légua de terra dos pinheiros para a vila partindo com os padres da Companhia e Diogo Lopes, compradas a Antonio de Siqueira
  • - 300 braças além Jeribatiba partindo com Afonso Sardinha e Vicente Bicudo
  • - Terras vizinhas às acima, compradas da mulher de André de Burgos
  • - Casas por acabar na vila vizinhas a Mateus Leme e com a rua do Concelho

FAZENDA

  • Gado, criação de porcos, um cavalo velho
  • 6 cadeiras, caixas
  • Trem de cozinha
  • Ferramentas
  • Roupas de uso e de casa
  • Roças de mantimentos
  • PEçAS: 12 escravas e 5 forros, todos do gentio da terra

DIVIDAS PASSIVAS

  • Belchior da Costa
  • Fernão Marques, tecelão
  • Manoel João, genro

CITADOS PARA PARTILHAS

11-10-1605

  • - Lucrecia Leme e sua filha Luzia Fernandes
  • - Simão Borges e sua mulher Leonor Leme
  • - Fernão Dias
  • - Antonio Teixeira
  • - Pero Dias
  • - Luiz Dias
  • - Manoel João e sua mulher Maria Leme

TESTAMENTO

Jesus Maria

Em nome de Deus e da Santíssima Trindade Padre e Filho e Espírito Santo três pessoas e um só Deus Todo Poderoso que de todos é o verdadeiro remédio e salvação e da Santíssima Virgem gloriosa Maria Nossa Senhora sua Mãe e advogada nossa diante do mesmo Deus.

Saibam todos quantos esta cédula de testamento virem como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e um anos em os treze dias do mês de dezembro da sobredita era no termo desta vila de São Paulo aonde chamam os Pinheiros nas minhas casas e moradas de mim Fernão Dias estando eu são com todos os cinco sentidos que Deus Nosso senhor me deu achei que para bem da minha alma é bem fazer este testamento não sabendo não sabendo o tempo nem hora em que o mesmo Deus é servido levar-me desta presente vida para o qual efeito todo o fiel cristão é necessário estar aparelhado.

Primeiramente encomendo minha alma ( a Deus, à Virgem ao todos os santos e santas)

Digo que sou casado com Lucrecia Leme minha mulher da qual tenho sete filhos a saber quatro fêmeas e três machos e porque fui primeiro casado com Helena Teixeira da qual ao tempo de seu falecimento ficaram três filhos e uma filha a qual filha dahi a um ano faleceu e ficaram os machos a saber Francisco, Vicente e Antonio os quais Francisco e Vicente se foram a Bahia e o Francisco se casou lá e de sua mulher houve uma filha e ele faleceu a qual filha depois se casou ao qual meu filho lhe mandei daqui a conta de sua legítima de sua mãe dez cruzados por estar preso dos quais tenho quitação e sua filha depois de casada seu marido mandou procuração a André Pires dos Santos que Deus tenha em gloria para de mim arrecadar a mais legitima a conta da qual lhe dei quinze cruzados em quinze caixas de marmelada/ e o Vicente vindo aqui a esta capitania haverá dois anos em companhia de Antonio de Caldas sobrinho de Baltazar Ferraz lhe dei dez cruzados a conta de sua legitima em dez caixas de marmelada e cinco cruzados em um porco salgado e tornando-se para a Bahia lhe dei outro porco salgado que valia outros cinco cruzados e quatro caixas de marmelada em outros quatro para que os desse a Dom Inocêncio Ferreira no Rio de Janeiro o que tenho para mim não lho dar e leva-lo porque eu escrevi duas ou três vezes ao padre Dom Inocêncio que me escrevesse se lhe fora dado e não me respondeu no que me parece não lho dar e mostrar como lho deu se lhe levará em conta e se não fique à conta de sua legitima e se ele tornar da Bahia buscar sua legitima que a ele couber por minha morte será necessário para a que lhe coube de sua mãe trazer certidão da Vila de São Vicente do que se lhe cabe de legitima. E quanto ao Antonio eu lhe tenho pago sua legitima como parecerá na quitação e porque eu como seu curador tirei dois instrumentos de Gaspar Nabo ouvidor por certa ... que lhe queria fazer os quais instrumentos ... que mais foi a eles necessários e outras coisas como se verá por certidões que tenho dos tabeliães Antonio Rodrigues e Belchior da Costa nas quais se montam perto de vinte cruzados os quais se lhe descontarão da legitima que lhe couber por meu falecimento porque ele nunca mos pagou.

Declaro que por morte e falecimento da primeira minha mulher ficaram roças de que eu fiz farinha conteúda no inventario da qual meus filhos não têm mais que a quinta parte dela porque a metade era minha e da sua ametade era minha e da sua ametade tenho eu a outra metade porque eu fiz sem seu ajutório e também ficaram duas canoas uma maior que a outra as quais serviram eles e a mim e quando vim para esta vila vendi a mais pequena segundo minha lembrança por três cruzados e a outra se gastou.

Devo à fazenda de Luiz Fernandes de Brum uma pataca a qual não tenho paga por não haver quem arrecade sua fazenda.

E quando Nosso senhor for servido levar-me da vida presente deixo minha mulher Lucrecia leme por minha testamenteira e curadora de meus filhos a qual se entregará tudo quanto por minha morte ficar, dando ela fiança boa e abonada para em todo o tempo entregar o que a meus filhos couber e de sua mão quero que hajam cada um a sua legítima e nenhuma coisa minha se venderá em pregão senão aquilo que ela quiser que se venda e outra coisa nenhuma não e mando que de minha terça me dirão vinte missas rezadas as quais se dirão por diversos padres para que logo sejam ditas e das primeiras ... seja cantada com oferta que a dita minha mulher parecer e como forem ditas as pagarão e se poderão dizer algumas em Nossa Senhora do Carmo e o restante delas deixo a minha mulher e rogo a todas as justiças que ... todo e por todo a favoreçam porque ela o merece e porque esta é minha ultima vontade pelo bom tratamento que por sua virtude sempre me fez o que se entenderá não se ...

Declaro que haverá pouco mais de dois anos que ... minha filha Isabel Paes com Jose Serrão ... dar-lhe perto de quinhentos cruzados da maneira seguinte/ a saber cento e cincoenta cruzados em dinheiro e cento em três peças duas fêmeas e um macho a saber Antonia que houve de João Fernandes havia muito pouco tempo por trinta cruzados / outra que havia cinco ou seis meses que houve de Gaspar Collaço por quarenta cruzados em dinheiro / outro rapaz por nome Luiz que logo vendeu a Pedro Taques por onze mil réis / outrossim lhe dei vinte e três cabeças de gado vacum a saber doze vacas com onze filhos e filhas a saber sete fêmeas e quatro machos pela qual criação meu genro Manoel João lhe dava por ela vinte cruzados e as vacas valiam três cruzados e meio / mais uma égua mansa com um poltro pela qual me davam quinze cruzados e mais lhe dei tres porcos cevados que valiam doze cruzados e mais tres porcas e outras bacorras que seriam dez ou doze cabeças que bem valiam quinze cruzados e assim mais lhe dei uma saia de Londres florentino e um gibão de tafetá que valiam vinte e cinco cruzados mais lhe dei dois calçados a saber dois pares de botinas e uns chapins / um manto de sarja de nove côvados que custou dezoito cruzados e mais cinco côvados de baeta roxa que custou cinco mil reis um chapeu que custou quatro cruzados um cobertor de papa novo que custou dez cruzados um anel de ouro que custou trs / quatorze mil reis mais em carnes de porco salgadas por um lanço de casa que ... pude fazer / mais lhe dei mandioca que comeu dois anos ele e sua mulher e suas peças ... criação de porcos que ao menos podia valer cincoenta cruzados e porque de todas essas coisas que lhe dei em casamento delas não me quis dar quitação e se foi da capitania e ele é obrigado a tornar por minha morte ao monte o que mais leva ... e lhe cabe fiz esta declaração para que se saiba o que levou para meus filhos fiquem todos iguais em suas legitimas.

E porque detraz deste testamento falo que vendi uma canoa que ficara da outra mulher lembro-me que a houve em companhia de Lucrecia Leme pela qual razão não se faça caso de uma e nem da outra.

Declara que se lembrar de mais alguma fará um rol, que confrade de N. Sra de (Itanhaem, que deu mais a Jose Serrão seis bacias de estanho e mais uma toalha com quetro Guardanapo.

Feito pelo genro Simão Borges em 13-12-1601, assinado por Simão Borges e Fernão Dias.

No mesmo dia Fernão Dias leva o testamento na casa do tabelião Belchior da Costa, e faz a entrega com as testemunhas Jose de Camargo, Francisco Dias Pinto, Francisco de leão, João de Santa Ana e Antonio Carrilho.

Faz um codicilio determinando que os tapioâes deveriam ficar com a mulher. Declara que deu uma roupeta para que o filho Antonio Teixeira pagasse os serviços de um índio que veio com ele do sertão trazendo um prisioneiro, e mais carnes quando ele foi com Saavedra. Deixa também à mulher os índios da roça, e pede que não entrem em partilhas e finalmente pede que “em tudo favoreça a dita minha mulher Lucrecia Leme mais que aos próprios ... filhos e por assim ser minha vontade roguei a meu genro Simão Borges que este por mim fizesse e assinasse como testemunha com Aleixo Leme que de presente estava em São Paulo digo nos Pinheiros ... dias do mês ... de mil sescentos e cinco anos”

Nota: Fernão Dias estava doente em uma rede

CUMPRA-SE: 17-3-1605

Fl 420: citação de Jose Serrão e Isabel Paes na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Jose Serrão se dá por citado mas diz que “a ele não deram casamento algum que nem porisso queria herdar nem sua mulher” e desistiam de todo direito à herança.

12-4-1606 – Citação de Manoel Branco por si e por Antonio Teixeira de quem era procurador. Respondeu que estava indo para o Rio de Janeiro e que se fizessem partilhas em sua ausência seriam nulas. Também era procurador do cunhado Vicente Teixeira que estava na Bahia. No entanto desiste de ser procurador de Vicente.

PETIçãO

Lucrecia Leme pede que se dê a ela a parte da filha do finado Francisco Teixeira, porque a órfã estava na Ilha da Madeira e não tinha a quem entregar.

MONTE MOR: 313$780

Para a viúva: 209$180 (meação mais terça)

A cada herdeiro: 10$460

Seguem as quitações de Antonio Teixeira, Fernão Dias e sua mulher Catarina Camacha, Pedro Dias, e das missas.

Fiadores de Lucrecia: Aleixo e Pedro Leme

 

 

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