- As comunicações
escritas ou
verbais também podem emanar
do_próprio_Espírito_encamado no médium. A
alma do médium pode comunicar-se, como a de qualquer outro. Se goza de
certo
grau de liberdade, recobra suas
qualidades de Espírito. Tendes a prova disso nas visitas que vos fazem as almas
de pessoas
vivas, as quais muitas vezes se comunicam convosco pela escrita, sem que as chameis.
Entre os Espíritos que evocais, alguns há que estão encarnados
na Terra. Eles, então, vos falam como Espíritos e não como homens. Por que
não se havia de dar o mesmo com o médium?
____Esta explicação parece confirmar a opinião dos que entendem que todas
as comunicações provêm do Espírito do médium e não de Espírito estranho. Entretanto, os
que assim pensam só erram em darem caráter absoluto à opinião que sustentam,
porquanto é fora de dúvida que o Espírito do médium pode agir por si mesmo.
Isso, porém, não é razão para que outros não atuem igualmente, por seu intermédio.
- É
possível
distinguir se o Espírito que responde é o do médium, ou outro, pela
natureza das comunicações, estudando as circunstâncias e a linguagem, é
possível distingui-las.
No estado de sonambulismo, ou de
êxtase, é que, principalmente, o Espírito do
médium se manifesta, porque então se encontra mais livre. No estado normal é
mais difícil. "Aliás, há respostas que se lhe não podem atribuir de modo algum. Por isso é
que te
digo: estuda e observa."
NOTA.
Quando uma pessoa nos fala, distinguimos facilmente o que vem dela daquilo
de que ela é apenas o eco. O mesmo se verifica com os médiuns. |
- Desde que o Espírito do médium há podido, em existências anteriores,
adquirir conhecimentos que_esqueceu debaixo do
envoltório_corporal, mas de que se
lembra
como Espírito, poderá ele haurir nas_profundezas_do_seu_próprio_eu as
ideias que
parecem fora do alcance da sua instrução. Isso
acontece freqüentemente, no estado de crise sonambúlica, ou extática, porém,
ainda uma vez repito, há circunstâncias que não permitem dúvida. Estuda longamente
e medita.
- As comunicações que provêm do Espírito do médium,
não são sempre inferiores às
que possam ser dadas por outros Espíritos. Pois um Espírito, que não o do médium, pode ser de ordem
inferior
à deste e, então, falar menos sensatamente. É o que se vê no sonambulismo.
Aí, as
mais das vezes, quem se manifesta é o Espírito do sonâmbulo, o qual não raro
diz coisas
muito boas.
- O Espírito, que se comunica por um
médium tem por intermediário o Espírito encamado no médium. Porque está ligado ao corpo que serve
para
falar e por ser necessária uma cadeia entre vós e os Espíritos que se
comunicam.
- O Espírito encarnado no médium exerce
influência sobre as comunicações
que deva transmitir, provindas de outros Espíritos. Porquanto, se estes não lhe são
simpáticos, pode ele alterar-lhes as
respostas
e assimilá-las às suas próprias ideias e a seus pendores; não influencia,
porém, os
próprios Espíritos, autores das respostas; constitui-se apenas em mau
intérprete.
- Os Espíritos procuram o intérprete que mais simpatize com eles e
que
lhes exprima com mais exatidão os pensamentos. Não havendo entre eles
simpatia, o
Espírito do médium é um antagonista que oferece certa resistência e se toma,
um intérprete
de má qualidade e muitas vezes infiel. E o que se dá entre vós, quando a opinião
de um sábio é transmitida por intermédio de um estonteado, ou de uma pessoa de
má-fé.
- Aqueles
que compreendem que seja assim, tratando-se dos médiuns_intuitivos e
não
relativamente aos médiuns_mecânicos, é
que ainda não perceberam bem o papel que desempenha o médium. Há aí uma lei
que ainda não acompanharam.
Lembra-te de que, para produzir o movimento de um
corpo inerte,
o Espírito precisa utilizar-se de uma parcela de fluido_animalizado, que toma
ao
médium,
para animar momentaneamente a mesa, nos fenômenos das mesas_girantes, a fim de que esta lhe obedeça à vontade.
Pois bem, compreende igualmente que, para uma comunicação_inteligente, ele precisa
de um intermediário inteligente e que esse intermediário é o Espírito do médium.
(Ver: Médiuns motores)
- Considerar
que
isto não tem aplicação ao que se chama mesas falantes, visto que, quando
objetos inertes, como as mesas, pranchetas_e_cestas dão respostas inteligentes,
o Espírito
do médium, ao que se nos afigura, nenhuma parte toma no fato é
um erro. O Espírito pode dar ao corpo inerte uma vida fictícia momentânea, mas
não lhe pode dar, inteligência. Jamais um corpo inerte foi inteligente. É ,
pois, o Espírito
do médium quem recebe, a seu mau grado, o pensamento e o transmite, sucessivamente,
com o auxílio de diversos intermediários.
- O Espírito do médium
somente é passivo quando não mistura suas próprias ideias com as do Espírito que se
comunica,
mas nunca é inteiramente nulo. Seu concurso é sempre indispensável, como o de
um intermediário, embora se trate dos que chamais médiuns
mecânicos.
- Sem
dúvida alguma, haverá maior garantia de independência no médium
mecânico, do que
no médium_intuitivo e, para certas comunicações, é preferível um médium
mecânico;
mas, quando se conhecem as faculdades de um médium intuitivo, torna-se indiferente,
conforme as circunstâncias. Quero dizer que há comunicações que exigem menos
precisão.
[17b - página 268 item 223]
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