____Se
a identidade absoluta dos Espíritos é, em
muitos casos, uma questão acessória e sem importância, o mesmo já não se
dá com a distinção a ser feita entre bons
e maus Espíritos. ____Pode
ser-nos indiferente a individualidade deles; suas qualidades, nunca. Em todas as
comunicações instrutivas, é sobre este ponto, conseguinte-mente, que se deve
fixar a atenção, porque só ele nos pode dar a medida da confiança que
devemos ter no Espírito que se manifesta, seja qual for o nome sob que o
faça.
____É
bom, ou mau, o Espírito que se comunica? ____Em
que grau da escala espírita se encontra? ____Eis
as questões capitais. [17b - página 330 item 262] ____Já
dissemos que os Espíritos devem ser julgados, como os homens, pela linguagem de
que usam. ____Suponhamos
que um homem receba vinte cartas de pessoas que lhe são desconhecidas; pelo
estilo, pelas ideias, por uma imensidade de indícios, enfim, verificará se
aquelas pessoas são instruídas ou ignorantes, polidas ou mal-educadas,
superficiais, profundas, frívolas, orgulhosas, sérias, levianas, sentimentais,
etc. Assim, também, com os Espíritos. Devemos considerá-los correspondentes
que nunca vimos e procurar conhecer o que pensaríamos do saber e do caráter de
um homem que dissesse ou escrevesse tais coisas. ____Pode
estabelecer-se como regra invariável e sem exceção que - a linguagem dos
Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham
chegado. Os Espíritos realmente superiores não só dizem unicamente coisas
boas, como também as dizem em termos isentos, de modo absoluto, de toda
trivialidade. A linguagem revela sempre a sua procedência, quer pelos
pensamentos que exprime, quer pela forma, e, ainda mesmo que algum Espírito
queira iludir-nos sobre a sua pretensa superioridade, bastará conversemos algum
tempo com ele para a apreciarmos. [17b -página 330 item 263] ____A
bondade e a afabilidade são atributos essenciais dos Espíritos depurados. Não
têm ódio, nem aos homens, nem aos outros Espíritos. Lamentam as fraquezas,
criticam os erros, mas sempre com moderação, sem fel e sem animosidade.
Admita-se que os Espíritos verdadeiramente bons não podem querer senão o bem
e dizer senão coisas boas e se concluirá que tudo o que denote, na linguagem
dos Espíritos, falta de bondade e de benignidade não pode provir de um bom
Espírito. [17b - página 331 item 264]
____A inteligência
longe está de constituir um indício certo de superioridade, porquanto a
inteligência e a moral
nem sempre andam emparelhadas. Pode um Espírito ser bom, afável, e ter
conhecimentos limitados, ao passo que outro, inteligente e instruído, pode ser
muito inferior em moralidade. ____é
crença bastante generalizada que, interrogando-se o Espírito de um homem que,
na Terra, foi sábio em
certa especialidade, com mais segurança se obterá a verdade, Isto é lógico;
entretanto, nem sempre é o que se dá. A experiência demonstra que os
sábios, tanto quanto os demais homens, sobretudo os desencarnados de pouco
tempo, ainda se acham sob o império dos preconceitos da vida corpórea; eles
não se despojam imediatamente do espírito de sistema. ____Pode
pois, acontecer que, sob a influência das ideias que esposaram em vida e das
quais fizeram para si um título de glória, vejam com menos clareza do que
supomos. Não apresentamos este princípio como regra; longe disso. Dizemos
apenas que o fato se dá e que, por conseguinte, a ciência humana que eles
possuem não constitui sempre uma prova da sua infalibilidade, como Espíritos. [17b - página 331 item 265]
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