GUIA.HEU
20 Anos
página acima: Desdobramento
Desdobramento em serviço
Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS
Personagens do texto abaixo:
áulus................ Espírito orientador de André Luiz, no plano espiritual.

André Luiz........ Espírito que ditou o texto abaixo, por intermédio do médium Chico Xavier.

Hilário............... Espírito, companheiro de André Luiz.

Clementino....... Espírito - supervisor (mentor) espiritual - responsável pela reunião mediúnica.

Antônio Castro O médium

____Chegara a vez do médium Antônio Castro. Profundamente concentrado, denotava a confiança com que se oferecia aos objetivos de serviço.

____Aproximou-se dele o irmão Clementino e, à maneira do magnetizador comum, impôs-lhe as mãos aplicando-lhe passes de longo circuito.

____Castro como que adormeceu devagarinho, inteiriçando-se-Ihe os membros.

____Do tórax emanava com abundância um vapor_esbranquiçado que, em se acumulando à feição de uma nuvem, depressa se transformou, à esquerda do corpo_denso, numa duplicata do médium, em tamanho ligeiramente maior.

____Nosso amigo como que se revelava mais desenvolvido, apresentando todas as particularidades de sua forma física, apreciavelmente dilatadas.

____O diretor espiritual da casa submetia o medianeiro a delicada intervenção magnética que não seria lícito perturbar ou interromper.

____O médium, assim desligado do veículo_carnal, afastou-se dois passos, deixando ver o cordão vaporoso que o prendia ao campo somático.

____Enquanto o equipamento_fisiológico descansava, imóvel, Castro, tateante e assombrado, surgia, junto de nós, numa cópia estranha de si mesmo, porquanto, além de maior em sua configuração exterior, apresentava-se azulada à direita e alaranjada à esquerda.

____Tentou movimentar-se, contudo, parecia sentir-se pesado e inquieto ...

____Clementino renovou as operações magnéticas e Castro, desdobrado, recuou, como que se justapondo novamente ao corpo físico.

____Verifiquei, então, que desse contacto resultou singular diferença. o corpo carnal engolira, instintivamente, certas faixas de força que imprimiam manifesta irregularidade ao perispírito, absorvendo-as de maneira incompreensível para mim.

____Desde esse instante, o companheiro, fora do vaso de matéria densa, guardou o porte que lhe era característico.

____Era, agora, bem ele mesmo, sem qualquer deformidade, leve e ágil, embora prosseguisse encadeado ao envoltório físico pelo laço_aeriforme, que parecia mais adelgaçado e mais luminoso, à medida que Castro-Espírito se movimentava em nosso meio.

____Enquanto Clementino o encorajava com palavras amigas, o nosso orientador, certamente assinalando-nos a curiosidade, deu-se pressa em esclarecer: Com o auxílio do supervisor, o médium foi convenientemente exteriorizado. A princípio, seu perispírito ou « corpo astral» estava revestido com os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o « duplo_etérico», formado por emanações_neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento_carnal, por ocasião da morte renovadora. Para melhor ajustar-se ao nosso ambiente, Castro devolveu essas energias ao corpo inerme, garantindo assim o calor indispensável à colmeia celular e desembaraçando-se, tanto quanto possível, para entrar no serviço que aguarda.

____Ah!, disse Hilário, com expressão admirativa, aqui vemos, desse modo, a exteriorização da sensibilidade! ...

____Sim, se algum pesquisador humano ferisse o espaço em que se situa a organização_perispirítica do nosso amigo, registraria ele, de imediato, a dor do golpe que se lhe desfechasse, queixando-se disso, através da língua física, porque, não obstante liberto do vaso somático, prossegue em comunhão com ele, por intermédio do laço fluídicode ligação.

____Observei atentamente o médium projetado ao nosso círculo de trabalho.

____Não envergava o costume azul e cinza de que se vestia no recinto, mas sim um roupão esbranquiçado e inteiriço que descia dos ombros até o solo, ocultando-lhe os pés, e dentro do qual se movia, deslizante.

____Áulus registrou-me as anotações íntimas e esclareceu:Nosso irmão, com a ajuda de Clementino, está usando as forças_ectoplásmicas que lhe são próprias, acrescidas com os recursos de cooperação do ambiente em que nos achamos. Semelhantes energias transudam de nossa alma, conforme a densidade específica de nossa própria organização,

    variando desde a sublime fluidez da irradiação luminescente

    até a substância pastosa com que se operam nas crisálidas os variados fenômenos de metamorfose.

____Depois de fitar o médium hesitante alguns momentos, prosseguiu: Castro é ainda um iniciante no serviço. À medida que entesoure experiência, manejará possibilidades mentais avançadas, assumindo os aspectos que deseje, considerando que o perispírito é constituído de elementos maleáveis, obedecendo ao comando do pensamento,

    seja nascido de nossa própria imaginação

    ou da imaginação de inteligências mais vigorosas que a nossa, mormente quando a nossa vontade se rende, irrefletida, à dominação de Espíritos tirânicos ou viciosos, encastelados na sombra.

____Nosso amigo, então, se pudesse pensar com firmeza fora do campo físico, se já tivesse conquistado uma boa posição de autogoverno, com facilidade imprimiria sobre as forças plásticas de que se reveste a imagem que preferisse, aparecendo ao nosso olhar como melhor lhe aprouvesse, porque é possível estampar em nós mesmos o desenho que nos agrade.

(Ver: Apresentação dos espíritos)

____Importa reconhecer, contudo, que esse desenho, embora vivo, não é comparável ao vestuário em nosso plano ...

____Áulus acrescentou:De modo nenhum, o pensamento modelará a forma que nos inclinamos a adotar, no entanto, os apetrechos de nossa apresentação na esfera diferente de vida a que fomos trazidos, segundo vocês já conhecem, variarão em seus tipos diversos. Lembremo-nos, para exemplificar, de um homem terrestre tatuado. Terá ele escolhido um desenho, através do qual a sua forma, por algum tempo, se faz mais facilmente identificável, mas envergará a vestimenta que mais lhe atenda ao bom gosto, conforme as usanças do quadro social a que se ajusta.

[28a - página 97] - André Luiz

Durante o desdobramento, o médium não deve dispersar a atenção. o médium, sendo incipiente ainda nesse gênero de tarefa, precisa de instrumentação adequada para reduzir a própria capacidade de observação, de modo a interferir o menos possível na tarefa a executar. Esta instrumentação consiste de um capacete, do plano_espiritual, em forma de antolhos, a fim de evitar o desvio de atenção ...
____...A oração do grupo, acompanhando-o na excursão e transmitida ao médium, de imediato, constitui-lhe abençoado tônico espiritual ...
____...o corpo físico do médium funciona como se lhe fosse um aparelho radiofônico para comunicações a distância ...


____...Raros Espíritos encarnados conseguem absoluto domínio de si próprios, em romagens de serviço edificante fora do carro_de_matéria_densa. Habituados à orientação pelo corpo físico, ante qualquer surpresa menos agradável, na esfera defenômenos inabituais, procuram instintivamente o retorno ao vaso_carnal, à maneira do molusco que se refugia na própria concha, diante de qualquer impressão em desacordo com os seus movimentos rotineiros.
____

____O médium em estado de desdobramento, afastado do corpo físico, encontrando-se com um espírito que deseje se comunicar, pode servir de intermediário. O seu corpo físico pode modificar a expressão fisionômica ao transmitir a mensagem do espírito comunicante.

____Normalmente, o médium ao retornar ao seu estado normal, na posse de todas as suas faculdades normais, pode esfregar os olhos como quem desperta de grande sono.

[28a - páginas 101 / 105 ]

Observação do Coronel de Rochas, feita nas suas experiências com Eusápia Paladino. Ele escreve:

____Um dia ela consentiu em se deixar adormecer em presença da Sra. de Rochas (Eusápia foi tantas vezes martirizada pelos sábios, que se tornou medrosa). Ela chegou rapidamente a um estado profundo de hipnose e viu então aparecer, com grande espanto seu, à sua direita, um fantasma azul. Perguntei-lhe se era John; respondeu-me que não, mas que era aquilo de que John se servia. Depois, encheu-se de pavor e pediu-me que a fizesse despertar, o que fiz, lamentando profundamente não poder prosseguir na pesquisa dessa ordem de fenômenos. (A. de Rochas — “L’Exteriorisation de la Mo­tricité”, página 17.)
____Devemos notar que o experimentador havia feito a Eusápia uma pergunta formulada de maneira a sugerir antes uma resposta afirmativa, enquanto que Eusápia lhe respondeu no sentido negativo e o fez em termos que aquele não esperava, o que não pode deixar de excluir a hipótese auto-sugestiva e sugestiva. Lembro ainda que a resposta da paciente, segundo a qual John se servia de seu fantasma_ódico para produzir os fenômenos_físicos, está de inteíro acordo com as explicações fornecidas a este respeito pela sonâmbula do pastor Werner, e também com as declarações da famosa vidente de Prevorst, como vamos ver pelo que o Dr. Justin Kerner sobre ela escreve:
____Relativamente ao “espírito dos nervos” ou “princípio_de_vitalidade_nervosa”, ela dizia que por meio dessa_substância a alma entrava em relação com o corpo e o corpo com o mundo... Por esse intermediário, os Espíritos que se acham em uma esfera média são colocados em condições de atrair a si materiais_atmosféricos que lhes conferem o poder de se fazer ouvir dos vivos, de interromper as leis de gravidade ou de mover_objetos_inertes.

  • Quando uma pessoa morre em estado de grande pureza, não arrasta consigo nada do “princípio de vitalidade nervosa
  • é por isso que os Espíritos felizes, que não estão impregnados dessa vitalidade nervosa, não podem aparecer aos vivos nem deles se fazer ouvir, nem tocá-los. (Citado pela Sra. De Morgan, página 137.)

____Como claramente se vê, as declarações dos sonâmbulos e dos extáticos que viveram em épocas anteriores ao advento do moderno_Espiritismo estão em tudo de acordo com as dos médiuns, dentre os quais, alguns, como Eusápia Paladino, são demasiado ignorantes, para que os possamos julgar capazes de conhecer sutilezas teóricas e doutrinárias dessa natureza.
____Dito isto, cumpre-me fazer notar que essas afirmações estão por sua vez em perfeita harmonia com as considerações feitas no caso de “desdobramento_fluídico_rudimentar”, em que mostro que nos casos em que os fenômenos de desdobramento_no_leito_de_morte se limitam à visão de pequena nuvem_fluídica, mais ou menos densa, que toma vagamente a forma humana, percebida coletivamente por todos os assistentes, estes devem estar em presença da exteriorização_do_fantasma_ódico do moribundo, visível a olhos normais, sem que possam entretanto ver a exteriorização do corpo_etérico, que só é perceptível pelos sensitivos.

(Ver: Mecanismo da hipnoterapia)

[105 - páginas 131 / 133] - Ernesto Bozzano

Ver também:

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