GUIA.HEU
20 Anos
página acima: Após a morte
Criminoso após a morte
Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

____No limiar das cavernas do umbral se congregam verdadeiras tribos de criminosos e delinqüentes, atraídos uns aos outros, consoante a natureza de faltas que os identificam. Muitos são inteligentes e, intelectualmente falando, esclarecidos, mas, sem réstia de amor que lhes exalte o coração, erram de obstáculo a obstáculo, de pesadelo a pesadelo.O choque da desencarnação para eles, ainda impermeáveis ao auxilio santificante, pela dureza que lhes assinala os sentimentos, parece galvanizá-los na posição mental em que se encontravam no momento_do_trânsito_entre_as_duas_esferas, e, dessa forma, não é fácil de logo arrancá-los do desequilíbrio a que imprevidentes se precipitaram. Retardam-se, às vezes, anos a fio, obstinando-se nos erros a que se habituaram, e, vigorando impulsos inferiores pela incessante permuta de energias uns com os outros, passam, em geral, a viver, não só a perturbação própria, mas também o desequilíbrio dos demais companheiros de infortúnio.

[25 - página 224] - André Luiz


____— Grande benfeitora — disse, gravemente —, fui duplamente homicida, na derradeira romagem_terrestre. Respirei muitos anos no corpo_carnal, como se fora a pessoa mais tranquila do mundo, não obstante trazer a consciência tisnada de remorso e as mãos enodoadas de sangue humano. Ludibriei quantos me cercavam, através da máscara da hipocrisia. Atravessando os umbrais do túmulo, atormentado de acerbas reminiscências,...

  • supus que tremendas acusações me esperariam. Semelhante expectativa aliviava-me, de algum modo, porque o criminoso, perseguido pelo remorso, encontra verdadeiro socorro nas humilhações que o espezinham.
  • Contudo, não encontrei senão o desprezo, com aviltamento de mim próprio. Minhas vitimas distanciaram-se de mim, desculparam-me e esqueceram-me.

____Vejo-me, todavia, acicatado por forças punitivas que nunca poderei descrever com as minúcias desejáveis. Há um tribunal invisível em minha consciência e debalde procuro fugir aos sítios em que menoscabei as obrigações de respeito ao próximo.
____Abafando os soluços, rematou, comovente:
____— Como iniciar o esforço de minha restauração?
____Tão imensa tristeza perpassava naquela voz humilde, que nos sentíamos todos tocados nas fibras mais íntimas.
____A benfeitora Matilde, contudo, respondeu, sem titubear:
____— Outros irmãos, não longe de nós, suportando a carga das mesmas culpas, peregrinam, desditosos, entre o pesadelo e a aflição inomináveis. Abre teu coração para eles. Começarás ajudando-os a enxergar a senda regenerativa, alimentando-os com esperanças e ideais novos e atraindo-os ao trabalho de sublimação, pelo esforço, na constante aplicação do bem. Sofrer-lhes-ás as injúrias, os remoques, as incompreensões, mas descobrirás um meio de ampará-los com eficiência e brandura. Depois de semelhante sementeira, principiarás a recolher as bênçãos de paz e de luz, porqüanto, o Espírito que ensina com amor, embora delituoso e imperfeito, acaba aprendendo as mais difíceis lições da responsabilidade que adquire, transmitindo a outros revelações salvadoras que lhe não pertencem. Realizado esse serviço nobilitante, retomarás, então, mais tarde, o corpo físico, recapitulando os ensinamentos que gravaste na mente interessada em renovar-se. Reencontrarás, daí em diante, mil motivos para a cólera violenta; e a tentação de eliminar adversários, prostrando-os a golpe mortal, visitar-te-á com frequência o coração. Se souberes, porém, e, sobretudo, se quiseres vencer os próprios impulsos destrutivos, quando te encontrares em plena e abençoada luta na “ esfera_do_recomeço”, plantando amor e paz, luz e aperfeiçoamento, ao redor dos teus pés, então terás demonstrado aproveitamento real e efetivo das dádivas recebidas e revelar-te-ás preparado para maior ascensão.

[96 - página 233] - André Luiz

Os Espíritos encarnados que sofreram desiquilíbrio mental de alta expressão não voltam imediatamente à lucidez espiritua l após a desencarnação. A perturbação dilatada exige a convalescença indispensável, cuja duração naturalmente varia com o grau de evolução do enfermo em reajuste.

[56 - página 208] - André Luiz

Ver também:
*