
De
todas as manifestações
espíritas, as mais interessantes, sem contestação possível,
são aquelas por meio das quais os Espíritos se tornam visíveis.
[17b - página 130 item 100] Vamos
apresentar as respostas que os Espíritos deram acerca do assunto: - Os Espíritos podem tornar-se visíveis, sobretudo, durante o
sono.
Entretanto algumas pessoas os vêem quando
acordadas, porém, isso é
mais raro.
- Os
Espíritos que se manifestam fazendo-se visíveis, podem pertencer a todas as classes. Mas, nem sempre têm permissão para fazê-lo, ou o
querem.
- Se
permitido manifestar-se, quando para mau fim, é para experimentar os
a quem eles aparecem. Pode ser má a intenção do Espírito e bom o
resultado.
- O
fim que tem em vista o Espírito que se torna visível com má
intenção é o de amedrontar e muitas vezes vingar-se. Os que vêm
com boa intenção, visam consolar as pessoas que deles guardam
saudades, provar-lhes que existem e estão perto delas; dar conselhos
e, algumas vezes, pedir para si mesmos assistência.
- Estando
o homem constantemente cercado de Espíritos, o vê-los a todos os
instantes o perturbaria, embaraçar-lhe-ia os atos e tirar-lhe-ia a
iniciativa na maioria dos casos, ao passo que, julgando-se só, ele
age mais livremente.
____NOTA.
Tantos inconvenientes haveria em vermos constantemente os
Espíritos, como em vermos o ar que nos cerca e as miríades de
animais microscópicos que estão sobre nós e em torno de nós.
Donde devemos concluir que o que Deus faz é bem feito e que Ele
sabe melhor do que nós o que nos convém. | - Em
certos casos, é permitido ver os Espíritos, para dar ao homem uma
prova de que nem tudo morre com o corpo, que a alma conserva a sua
Individualidade após_a_morte. A visão passageira basta para essa
prova e para atestar a presença de amigos ao vosso lado e não
oferece os inconvenientes da visão constante.
- Sabes
muito bem existirem pessoas que hão visto e que nem por isso crêem,
pois dizem que são ilusões. Com esses não te preocupes; deles se
encarrega Deus.
- Quanto
mais o homem evolui e se aproxima da natureza espiritual, tanto mais
facilmente se põe em comunicação com os Espíritos. A grosseria do
vosso envoltório é que dificulta e torna rara a percepção dos
seres etéreos.
- Quanto
o nos assustarmos com a aparição de um Espírito, quem refletir
deverá compreender que um Espírito, qualquer que seja, é menos
perigoso do que um vivo. Demais, podendo os Espíritos, como podem, ir
a toda parte, não se faz preciso que uma pessoa os veja para saber
que alguns estão a seu lado. O Espírito que queira causar dano pode
fazê-lo, e até com mais segurança, sem se dar a ver. Ele não é
perigoso pelo fato de ser Espírito, mas, sim, pela influência_que_pode_exercer_sobre_o_homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal.
- Aquele
a quem um Espírito apareça poderá_travar_com_ele_conversação. É
o que se deve fazer em tal caso, perguntando ao Espírito quem ele é,
o que deseja e em que se lhe pode ser útil. Se se tratar de um
Espírito infeliz e sofredor, a comiseração que se lhe testemunhar o
aliviará. Se for um Espírito bondoso, pode acontecer que traga a
intenção de dar bons conselhos. Nesse caso o Espírito poderá
responder, algumas vezes o faz por meio de sons articulados, como o
faria uma pessoa viva. Na maioria dos casos, porém, pela transmissão
dos pensamentos.
- Uns
aparecerão em trajes comuns, outros envoltos em amplas roupagens,
alguns com asas, como atributo da categoria espiritual a que
pertencem.
- As
pessoas que vemos em sonho são quase sempre as que os vossos
Espíritos buscam, ou que vêm ao encontro deles.
- Os
Espíritos_zombeteiros podem tomar as aparências das pessoas que nos
são caras, para se divertirem à vossa custa, tomam eles aparências
fantásticas. Há coisas, porém, com que não lhes é lícito
brincar.
- Os
Espíritos nem sempre podem manifestar-se visivelmente, mesmo em sonho
e mau grado ao desejo que tenhais de vê-los. Pode dar-se que obstem a
isso causas independentes da vontade deles. Freqüentemente, é
também uma prova, de que não consegue triunfar o mais ardente
desejo. Quanto às pessoas que vos são indiferentes, se é certo que
nelas não pensais, bem pode acontecer que elas em vós pensem.
Aliás, não podeis formar ideia das relações no mundo_dos_Espíritos. Lá tendes uma multidão de conhecimentos íntimos,
antigos ou recentes, de que não suspeitais quando despertos.
____NOTA.
Quando nenhum meio tenhamos de verificar a realidade das visões
ou aparições, podemos sem dúvida lançá-las à conta da
alucinação. Quando, porém, os sucessos as confirmam, ninguém
tem o direito de atribuí-las à imaginação. Tais, por
exemplo, as aparições, que temos em sonho ou em estado de
vigília (acordado), de pessoas em quem absolutamente não pensávamos e
que, produzindo-as no momento em que morrem, vem, por meio de
sinais diversos, revelar as circunstâncias totalmente ignoradas
em que faleceram. Têm-se visto cavalos empinarem e recusarem
caminhar para a frente, por motivo de aparições que assustam
os cavaleiros que os montam. Embora se admita que a
imaginação desempenhe aí algum papel, quando o fato se passa
com os homens, ninguém, certamente, negará que ela nada tem
que ver com o caso, quando este se dá com os animais. Acresce
que, se fosse exato que as imagens que vemos em sonho são
sempre efeito das nossas preocupações quando acordados, não
haveria como explicar que nunca sonhemos, conforme se verifica
freqüentemente, com aquilo em que mais pensamos. | - Certas
visões ocorrem com mais freqüência quando se está doente, simplesmente,
porque no estado de doença, os laços materiais se afrouxam; a
fraqueza do corpo permite maior liberdade ao Espírito, que, então,
se põe mais facilmente em comunicação com os outros Espíritos.
- As
aparições se dão de preferência à noite, pela mesma razão por
que vedes, durante a noite, as estrelas e não as divisais em pleno
dia. A grande claridade pode apagar uma aparição ligeira; mas,
errôneo é supor-se que a noite tenha qualquer coisa com isso.
Inquiri os que têm tido visões e verificareis que são em maior
número os que as tiveram de dia.
- A
visão dos Espíritos se produz no estado normal ou estando o vidente num estado extático.
Entretanto, as pessoas que os vêem se encontram
muito amiúde num estado próximo do de êxtase, estado que lhes
faculta uma espécie de dupla
vista.
- Os
que vêem os Espíritos julgam ver com os olhas, mas, na realidade, é
a alma quem vê e o que o prova e que os podem ver com os olhos
fechados.
- O
Espírito pode fazer-se visível pelo princípio de todas as
manifestações, reside nas propriedades_do_perispírito, que pode
sofrer diversas modificações, ao sabor do Espírito.
(Ver: Processo
das manifestações físicas) - No
estado material em que vos achais, só com o auxílio de seus invólucros_semimateriais podem os Espíritos manifestar-se. Esse
invólucro é o intermediário por meio do qual eles atuam sobre os
vossos sentidos. Sob esse envoltório é que aparecem, às vezes, com
uma forma humana, ou com outra qualquer, seja nos sonhos, seja no
estado de vigília (acordado), assim em plena luz, como na obscuridade.
- Pela
combinação dos fluidos, o perispírito toma uma disposição
especial, sem analogia para vós outros, disposição que o torna
perceptível.
- Em
seu estado normal, os Espíritos são inapreensíveis, como num sonho.
Entretanto, podem tornar-se capazes de produzir impressão ao tato, de
deixar vestígios de sua presença e até, em certos casos, de tornar-se momentaneamente tangíveis, o que prova haver matéria entre
vós e eles.
- Durante
o sono, todos têm aptidão para ver os Espíritos; em estado de
vigília (acordado), não. Durante o sono, a alma vê sem intermediário; no
estado de vigília, acha-se sempre mais ou menos influenciada pelos
órgãos. Daí vem não serem totalmente idênticas as condições nos
dois casos.
- O
homem, em estado de vigília (acordado), depende da organização física. Reside
na maior ou menor facilidade que tem o fluido_do_vidente para se
combinar com o do Espírito. Assim, não basta que o Espírito queira
mostrar-se, é preciso também que encontre a necessária aptidão na
pessoa a quem deseje fazer-se visível. Essa faculdade pode desenvolver-se
pelo exercício, como todas as outras faculdades; mas, pertence ao
número daquelas com relação às quais é melhor que se espere o
desenvolvimento natural, do que provocá-lo, para não sobreexcitar a
imaginação. A faculdade_de_ver_os_Espíritos, em geral e permanentemente,
constitui uma faculdade excepcional e não está nas condições
normais do homem.
- Algumas
vezes é possível provocar a aparição dos
Espíritos, porém, muito
raramente. A aparição é quase sempre espontânea. Para que alguém
veja os Espíritos, precisa ser dotado de uma faculdade
especial.
[17b - página 130 item 100]
|