GUIA.HEU
20 Anos
Animismo e Mediunidade
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Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

____Alinhando apontamentos sobre a mediunidade , não será lícito esquecer algumas considerações em torno do animismo ou conjunto dos fenômenos psíquicosproduzidos com a cooperação consciente_ou_inconsciente dos médiuns em ação.

____Temos aqui muitas ocorrências que podem repontar nos f enômenos_mediúnicos_de_efeitos_físicos ou de efeitos_intelectuais, com a própria Inteligência encarnada comandando manifestações ou delas participando com diligência, numa demonstração que o corpo_espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus recursos e implementos característicos, como consciência pensante e organizadora, fora do carro físico.

____A verificação de semelhantes acontecimentos criou entre os opositores da Doutrina_Espírita as teorias de negação, porquanto, admitida a possibilidade de o próprio Espírito encarnado poder atuar fora do traje_fisiológico, apressaram-se os cépticos inveterados a afirmar que todos os sucessos medianímicos se reduzem à influência de uma força_nervosa que efetua, fora do corpo carnal, determinadas ações mecânicas e plásticas, configurando, ainda, alucinações de variada espécie.

____Todavia, os estardalhaços e pavores levantados por esses argumentos indébitos, arredando para longe o otimismo e a esperança de tantas criaturas que começam confiantemente a iniciação nos serviços da mediunidade, não apresentam qualquer significado substancial, porque é forçoso ponderar que os Espíritos desencarnados e encarnados não se filiam a raças antagônicas que se devam reencontrar em condições miraculosas.

[29 - página 163] André Luiz - 1959

Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?

____Nem um, nem outro, pois que ambos são indispensáveis à explicação do conjunto dos fenômenos supranormais, cumprindo se observe, a propósito, que eles são efeitos de uma causa única:

  • O espírito humano que, quando se manifesta em momentos fugazes, durante a existência “encarnada”, determina os fenômenos anímicos
  • e, quando se manifesta na condição de “desencarnado” no mundo dos vivos, determina os fenômenos_espíritas.

____Decorre daí um importante ensinamento: que os fenômenos metapsíquicos, considerados em conjunto, a começar pela modestíssima tiptologia da trípode mediúnica e pelos estalidos no âmago da madeira, para terminar nas aparições dos vivos e nas materializações de fantasmas vitalizados e inteligentes, podem ser fenômenos anímicos ou espíritas, conforme as circunstâncias. É racional, com efeito, supor-se que o que um Espírito “desencarnado” pode realizar também deve podê-lo – embora menos bem – um Espírito “encarnado”, sob a condição, porém, de que se ache em fase transitória de diminuição vital, fase que corresponde a um processo incipiente de desencarnação do Espírito (sono fisiológico, sono sonambúlico, sono mediúnico, êxtase, delíquio, narcose, coma).
(Ver: Comunicações mediúnicas entre vivos)
____Segue-se que, em metapsíquica, faz-se necessário constantemente analisar, caso a caso, os fenômenos_supranormais, antes de concluir acerca da gênese anímica ou espírita de cada um, o que equivale a reconhecer que...

  • O erro mais grave em que pode cair um pesquisador é o de apressar-se a generalizar, estender a todo um grupo de fenômenos supranormais as conclusões legitimamente aplicáveis a um só episódio.
  • E é esse o erro em que muito amiúde incorrem tanto os “ animistas totalitários” como os “ espiritistas”.

____Nos primeiros, porém, semelhante erro constitui regra sistemática, pois, se assim não fosse, eles não seriam “animistas totalitários”.

[111 - páginas 295 / 296] - Ernesto Bozzano

____Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Não há fenômeno_espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencontrados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encamado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas.

____Quando Kardec pergunta como é que um espírito manifestante fala uma língua que não conheceu quando encamado, Erasto e Timóteo declaram que o próprio Kardec respondeu à sua dúvida, ao afirmar, no início de sua pergunta, que "os espíritos só têm a linguagem do pensamento; não dispõem da linguagem articulada". Exatamente por isso, ou seja, por não se comunicarem por meio de palavras, eles transmitem aos médiuns seus pensamentos e deixam a cargo do instrumento vesti-los, obviamente, na língua própria do sensitivo.

____Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. O cuidado que se toma necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo em palavras adequadas o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes.

____Certamente ocorrem manifestações de animismo puro, ou seja, comunicações e fenômenos produzidos pelo espírito do médium (Alma) sem nenhum componente espiritual estranho, sem a participação de outro espírito, encamado ou desencontrado. Nem isso, porém, constitui motivo para condenação sumária ao médium e, sim, objeto de exame e análise competente e serena, com a finalidade de apurar o sentido do fenômeno, seu porquê, suas causas e conseqüências.

Suponhamos, por exemplo, que ante determinada manifestação espiritual um certo médium de um grupo, outro médium do mesmo grupo mergulhe, de repente, em um processo espontâneo de regressão_de_memória. Pode ocorrer que ele passe a 'viver', em toda a sua intensidade e realismo, sua própria personalidade de anterior existência. Apresentará, sob tais circunstâncias, todas as características de uma manifestação mediúnica espírita, como se ali estivesse um espírito desencontrado.

Vamos lembrar, novamente, o ensinamento de Erasto e Timóteo: "A alma do médium pode comunicar-se como a de qualquer outro". E isto é válido para a psicografia e para a psicofonia ou até mesmo para fenômenos_de_efeitos_físicos. Não nos cansamos de repetir que tais fenômenos não invalidam a realidade da comunicação espírita e, sim, a complementam e ajudam a entendê-la melhor.

____A fim de que possamos estudar o mundo espiritual, adverte Delanne, precisamos de um instrumento, um intermediário entre as duas faces da vida - o médium.

____Como o médium possui uma alma e um corpo, ele tem acesso, por uma, à vida do espaço e, pelo outro, se prende à Terra, podendo servir de intérprete entre os dois mundos. Não deixa, portanto, de ser um espírito somente porque está encarnado. Os fenômenos que produzir, como espírito, são também dignos de exame e não de condenação sumária. Algumas perguntas podem ser formuladas para servir de orientação a essa análise:

  • São realmente fenômenos anímicos?
  • Ou interferências pessoais do médium nas comunicações, no processo mesmo de as "vestir" com palavras, como dizem os espíritos?
  • Por que estariam sendo produzidos?
  • E como?
  • Com que finalidade?
  • Como poderemos ajudá-lo a interferir o mínimo possível a fim de que as comunicações traduzam com fidelidade o pensamento dos espíritos?

Hermínio C. Miranda

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/mediunidade/animismo-herminio-miranda.html
(Link desativado)

Ver também:
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